O Presidente da República, João Lourenço, efectuou Segunda- feira, 19, uma visita ao projecto de construção da Refinaria do Lobito, durante a qual lhe foram prestadas informações técnicas sobre o estado de implementação e as perspectivas do projecto, tendo sido esclarecido que o custo do projecto, inicialmente orçado em USD 12 mil milhões, baixaram para a metade
Por: Constantino Eduardo em Benguela
O Presidente do Conselho de Administração da Sonangol, Carlos Saturnino, refere que a intenção, em função do contexto de crise, é ter um orçamento próximo da metade do valor inicial, ou seja, abaixo dos USD 6 mil milhões. Por essa razão, garante, proceder-se-á à revisão do projecto, que deverá ser executado em 5 anos.
O projecto foi concebido para estar num ponto mais alto, porém da análise técnica feita por peritos, foi possível ter a terraplanagem num nível mais baixo. “A quota de 150 metros de altura, entre o nível do mar e o topo do terraço, isso foi dirimido também para baixar o custo do projecto.
O dinheiro gasto, em termos de bombagem do terminal para cima, é que seria muito maior”, disse, depois de ter sido questionado pelo Chefe de Estado, João Lourenço, que se mostrava bastante interventivo durante a apresentação do projecto.
O responsável da maior empresa estatal de Angola, dona do projecto, salienta que a administração que dirige, que além de Benguela projecta a construção de empreendimentos da mesma natureza em Cabinda e Namíbe, está a pressionar as empresas no sentido de ver o projecto abaixo dos 12 mil milhões de dólares.
“No fim de Fevereiro terminaremos o relatório, submeteremos ao Governo. Durante o mês de Março, esperamos ter a aprovação e orientações do Governo Central e, a partir da daí, estaremos a delinear a calendarização das reuniões com as empresas que forem seleccionadas.
Em termos de documentação, acervos e as primeiras assinaturas, devem ocorrer durante o primeiro trimestre”, garante, referindo que 50 a 60 por cento dos 200 mil barris de petróleo a refinar por dia servirá para exportar.
Concluídos os três aspectos principais, com o financiamento incluído, segundo Saturnino, ter-se-á o caminho definido para a implementação do projecto. A Sonangol assegura que haverá outros projectos em curso neste domínio, a julgar pelos contactos feitos com o Ministério dos Recursos Minerais e Petróleos, a tutela.
“Vai haver refinaria em Cabinda, no Lobito. A de Luanda já está em curso, com a ENI o Protocolo que assinámos já estão a trabalhar”, pontualizou o responsável, que levou o Presidente da República a uma visita guiada às infraestruturas de apoio ao empreendimento, com destaque para o terminal marítimo.
Em termos gerais, segundo o engenheiro Guiomário Correia, a refinaria ocupará 300 hectares da área total, o terminal marítimo 37 hectares, com capacidade para atracagem navios com um comprimento de até 280 metros. “Temos as diferentes áreas de refinação: área de processos, onde toda a magia de refinação acontece, áreas de atracagem e armazenamento de produtos, das utilidades, que inclui o ciclo combinado de geração de energia, tratamento de água para o processo de refinação, bem como o tratamento de águas pluviais”, assegura.