O primeiro dia de trabalhos do i Fórum internacional da Mulher ficou marcado pela preocupação de se criar um banco cooperativo global, para apoiar economicamente o crescimento das mulheres
O I Fórum Internacional da Mulher para Paz e Democracia arrancou, ontem, em Luanda, promovendo, essencialmente, a importância da reflexão da paz e democracia no continente africano, e, reafirmando o compromisso político com a igualdade do género, empoderamento da mulher e meninas, e com os direitos humanos. O evento que decorre sob o lema “A inovação tecnológica como ferramenta para o alcance da segurança alimentar e combate à seca no continente africano, junta mulheres de diversos países e individualidades políticas mudialmente conhecidas para debater os enormes desafios do continente “Berço”.
Prestigiado por mulheres, líderes de organizações internacionais e regionais africanas, chefes de Governo e membros da Sociedade Civil, o evento está inserido no âmbito da Bienal de Luanda, visando, entre vários objectivos, combater a discriminação contra mulheres e meninas, empoderar as mulheres e garantir a conquista da igualdade entre as mulheres e homens, como parceiros e beneficiários do desenvolvimento, dos direitos humanos, da acção humanitária, da paz e segurança.
Destacar o papel da mulher
A Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, disse que o papel da mulher deve ser destacado nos diferentes domínios, nomeadamente na política, na economia, na ciência e inovação, mas também na música, na cultura e no desporto. No seu discurso de abertura, Esperança da Costa sublinhou que, desde 2017 que Angola tem vindo a empregar políticas de promoção à participação feminina, com o objectivo de conseguir, a curto prazo, uma paridade de 50 por cento ou aproximada na política, na economia, na área social, o que só será possível se a mulher continuar a se constituir no alicerce das estratégias voltadas ao desenvolvimento.
Mulher no meio rural
A Vice-Presidente destacou também a necessidade de se prestar especial atenção à mulher no meio rural, à luta contra a gravidez precoce, à promoção da escolarização e o combate à pobreza, conforme os compromissos internacionais assumidos pelos Estados e governos. Considerando o lema do Fórum “A Inovação Tecnológica como Ferramenta para o Alcance da Segurança Alimentar e Combate à Seca no Continente Africano”, a Vice-Presidente da República defendeu que a paz e a democracia, representam bens inalienáveis e impenhoráveis dos povos, sendo a sua defesa um desafio para todas as mulheres, em cada lugar e em todos os tempos, sem os quais não se pode promover os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, os valores do desenvolvimento e da prosperidade.
Lembrou que o Conselho de Segurança das Nações Unidas (CS- NU) aprovou por unanimidade, a 31 de Outubro de 2000, a Resolução 1325 (2000), que reafirma a importância da participação das mulheres e da inclusão da perspectiva do género nas negociações de paz, planos humanitários, operações de manutenção da paz, da governança e construção da paz no pós-conflito.
Neste sentido, referiu que Angola como membro, tem promovido a igualdade de direitos e de oportunidades, bem como a implementação do Plano Nacional de Acção para a Implementação da Resolução 1325 (2000) sobre as Mulheres, Paz e Segurança, atingindo a igualdade de género em mais de 40 por cento de mulheres na vida política e na lide- rança. O I Fórum Internacional da Mulher para a Paz e Democracia encerra hoje, está inserido no âmbito da Bienal de Luanda, do Fórum Pan-Africano para a Cultura de Paz e Não-Violência, uma iniciativa conjunta entre o Governo de Angola, Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNES- CO) e da União Africana.