O governador provincial, Adriano Mendes de Carvalho, disse ser uma grande preocupação das autoridades locais a situação do contrabando de combustível, por ser um mal que prejudica as famílias do Zaire, pelo que julga ser necessária a intervenção de João Loureço, com vista a pôr fim à prática
O governador provincial do Zaire, Adriano Mendes de Carvalho, disse que o desenvolvimento do Zaire está atrelado a uma política séria de combate ao contrabando de combustível, que é dos grandes males que a província enfrenta.
Segundo o governante, que falava durante a reunião do Governo local, orientada pelo Presidente da República, João Lourenço, é difícil pedir que as pessoas sigam para o Zaire quando são obrigadas a ficar mais de quatro horas nas bombas de combustível à espera que a viatura seja abastecida e, com a agravante de não conseguir, porque, em pouco tempo, o combustível que é alocado às bombas termina num instante, o que complica a vida de quem precisa deste bem para as suas actividades diárias.
O governador disse ser uma grande preocupação das autoridades locais a situação do contrabando de combustível, por ser um mal que prejudica as famílias do Zaire pelo que julga ser necessária a intervenção de João Lourenço, com vista a pôr fim à prática.
“Viemos rogar o seu melhor apoio e atenção naquilo que é o grande cancro na província, que é o contrabando de combustível”, apelou.
Os contrabandistas têm força
Para Adriano Mendes de Carvalho, o contrabando de combustível tem solução e pode resolver-se, porque a província não pode continuar do jeito que está. “E os contrabandistas têm força. Vamos dar o nosso melhor.
E precisamos chamar a atenção que temos esse quadro”, apontou, acrescentando ainda que “não há desenvolvimento se continuarmos nessa senda do contrabando.
Ninguém vai vir aqui para o Zaire e querer esperar quatro horas numa fila de combustível”, alertou. O governador do Zaire disse ainda que “o que mais me dói é que aqui entram camiões e camiões de combustível todos os dias, passada uma hora e meia, as bombas já não têm combustível”.
A carteira de desafios e problemas
Ainda durante a reunião do Governo Provincial, orientada pelo Presidente da República, João Lourenço, que esteve ladeado dos ministros de diferentes sectores, Adriano Mendes de Carvalho apresentou outros desafios que a província enfrenta na sua carteira de necessidades.
A título de exemplo, no domínio da agricultura, o governante mostrou-se preocupado com a paralisação do Pólo Industrial do Tomboco e da Fazenda Agri-N’zeto. Ainda neste sector, o governa- dor referiu que a província do Zaire é essencialmente rural, onde mais de 60 por cento da população pratica agricultura de subsistência.
Lamentou o facto de existir na província mais de um milhão e 200 hectares de terras aráveis, dos quais apenas 5 por cento estão a ser utilizadas. Destacou igualmente o início das obras de construção da fábrica de fertilizantes do Soyo, que terá uma capacidade de produção de um milhão e 300 toneladas de ureia a partir de 2027. Disse que este projecto irá gerar quatro mil e 700 postos de trabalho directos e indirectos e que será uma mola impulsionadora para a economia nacional.
Educação com necessidade de 780 salas de aula
No domínio da educação e formação profissional, Adriano Mendes de Carvalho disse que a rede escolar da província é constituída por duas mil e 468 salas de aula, resumidas em 320 escolas, o que representa um aumento de 280 salas de aulas em relação ao ano de 2021. Porém, ainda assim, frisou, a província tem a necessidade de mais de 780 salas de aula.
Apenas duas instituições do ensino superior
Já no domínio do ensino superior, Adriano Mendes de Carvalho fez saber que a província conta com duas instituições, sendo uma no Soyo e outra em Mbanza Kongo, estando em curso, nesse momento, a ampliação destas instituições no âmbito do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM).
Obras do palácio da justiça encravadas há nove anos
Já no domínio da Justiça, o governador referiu que urge concluir as obras do Palácio da Justiça de Mbanza Kongo que estão paralisadas há mais de nove anos. Disse que a província carece ainda de lojas de registo e emissão de bilhetes de identidade, bem como de instalações condignas para diferentes comarcas existentes.
Domínio da saúde
No que a saúde diz respeito, o governante fez saber que a rede sanitária da província é constituída por 120 unidades públicas, que são as- seguradas por dois mil e 44 funcionários. Destes, frisou, 136 são médicos, mil e 22 enfermeiros e 231 técnicos de diagnóstico de terapêutica.
Referiu que a província augura a inauguração do Hospital Geral do Zaire, na cidade de Mbanza Kongo, que terá a capacidade para 290 camas. Esta unidade foi visitada pelo Presidente da República, João Lourenço, que constatou o andamento das obras que iniciaram em 2014 e têm o seu prazo final para 2025.
A obra encontra-se, neste momento, a um nível de construção física de 25 por cento e prevê gerar mais de mil postos de trabalho.
Auto-estrada soyo/manza Kongo
Ainda na sua intervenção, Adriano Mendes de Carvalho disse estar em carteira a projecção da construção de uma auto-estrada Soyo/ Manza Kongo, o que vai permitir a mobilidade de pessoas e bens do litoral ao interior da província do Zaire.
Governo do Zaire rescinde contrato com seis empresas incumpridoras do PIIM
Por outro lado, seis empresas incumpridoras das obras do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), na província do Zaire, viram os seus contratos rescindidos, anunciou o governador provincial, Adriano Mendes de Carvalho.
De acordo com o governante, na sequência da rescisão, já foi orientado ao director do gabinete jurídico do Governo Provincial do Zaire para a entrega do caso aos órgãos de justiça para as devidas responsabilizações.
Conforme referiu, o PIIM na província do Zaire tem uma carteira de 97 projectos avaliados em 27 mil milhões de kwanzas, sendo que as obras conhecem uma taxa de execução física na ordem dos 60 por cento.