O objectivo principal do encontro é reforçar o diálogo e a cooperação regional em busca de uma solução pacífica para o conflito armado no leste da RDC, que já dura há anos.
A crise no leste da RDC, marcada por décadas de instabilidade devido à actuação de grupos arma- dos como o M23 e as Forças Democráticas de Libertação do Ruanda (FDLR), intensificou-se nos últimos meses.
Sob a liderança de Angola, progressos têm sido registrados no sentido de se colocar um fim à guerra. Recentemente, foram realizadas reuniões em Luanda que resultaram em propostas como o plano de “neutralização” das FDLR e o desengajamento de forças ruandesas, conforme discutido pelo Comité de Ministros das Relações Exteriores da Conferência Internacional Sobre a Região dos Grandes Lagos.
Além disso, iniciativas como o Fórum Regional de Mulheres da Região dos Grandes Lagos destacaram o papel crucial da sociedade civil nos processos de paz, reforçando os esforços de Angola para estabilizar a região.
Importância da mediação angolana
A comunidade internacional, incluindo a ONU, tem estado a elogiar o papel de Angola na mediação deste conflito. A título de exemplo, o enviado especial do secretário- geral da ONU para os Grandes Lagos, Huang Xia, reafirmou recentemente a confiança nas iniciativas lideradas pelo Presidente João Lourenço, que incluem a proposta de um acordo de paz duradouro, já discutido em encontros anteriores com Paul Kagame e Félix Tshisekedi.
Encontro pode reforçar o cessar-fogo, diz analista a comentar o assunto, o especialista em relações internacionais, Fernando matias, referiu que o foco principal é a busca por soluções para a crise. segundo ele, o mesmo reflecte o reconhecimento do papel de angola como mediador regional e representa uma oportunidade importante para fortalecer os esforços diplomáticos em prol da estabilização da região dos Grandes lagos.
Para Fernando Matias, um dos principais resultados esperados do encontro é o reforço do cessar-fogo entre as partes envolvidas nos conflitos na RDC, além da consolidação das medidas que visem desarmar e desmobilizar os grupos armados que operam na região.
“O Presidente João Lourenço tem assumido o papel de Campeão da Paz e reconciliação em África, e este encontro reforça a sua liderança ao aproximar as duas nações em tensão”, destacou o especialista.
Outro ponto central, segundo o também docente universitário, será a definição de um plano coordenado com vista a lidar com as questões humanitárias e de segurança, incluindo o impacto dos refugiados e deslocados internos. “a crise no leste da RDC não é apenas uma questão interna, mas uma ameaça à estabilidade regional, que exige o envolvimento activo de todos os países da região”, frisou o analista.
De acordo com Fernando Matias, os desafios políticos e logísticos que podem limitar os avanços do encontro têm a ver com a desconfiança mútua entre kinshasa e kigali, agravada por acusações de apoio a grupos armados por ambas as partes, o que será um grande obstáculo.