A 37.ª Cimeira da União Africana (UA), em que participa o Presidente de Angola, João Lourenço, abriu este sábado, em Adis Abeba, com apelos renovados para o contínuo apoio à causa palestina e à firme condenação dos ataques israelitas contra Gaza.
O presidente em exercício cessante da UA e Chefe de Estado da União das Comores, Azali Assoumani, disse, na sua intervenção, que a comunidade internacional “não deve fechar os olhos ao genocídio cometido por Israel na Palestina”.
Convidou os seus homólogos africanos reunidos nesta 37.ª da sessão ordinária da UA a condenar vigorosamente o sofrimento imposto às populações de Gaza e a continuar a lutar e apoiar a solução de dois Estados soberanos.
No mesmo sentido, interveio o Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que defendeu o surgimento de um Estado da Palestina reconhecido como membro pleno das Nações Unidas.
Segundo o líder brasileiro, a guerra actualmente em curso em Gaza já deslocou mais de 80% da população local, desde o seu começo, em 07 de Outubro de 2023.
Para o presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, a decisão condenatória saída do Tribunal Internacional da Justiça, em acção intentada pela África do Sul, foi uma vitória não só para este país mas para todas as nações que apoiam a luta permanente pela liberdade dos palestinos e se opõem aos “ataques bárbaros” de Israel em Gaza.
Os chefes de Estado e de Governo africanos iniciaram sábado, na capital etíope, a sua 37.ª cimeira ordinária com uma agenda que abarca quase todos os domínios da vida do continente.
O evento de dois dias acontece, porém, sem a participação de alguns Estados-membros da UA que continuam suspensos a título de sanções por mudanças inconstitucionais de governos, nomeadamente, através de golpes de Estado militares.
Trata-se de países como o Mali, o Níger, o Burkina Faso, a Guiné-Conakry e o Gabão, todos liderados por juntas militares que depuseram poderes civis ou “democraticamente” eleitos, encontrando-se actualmente em infinitos períodos de transição.
A sessão inicia os debates com a apreciação do relatório final sobre as reformas institucionais da UA a ser apresentado pelo Presidente rwandês, Paul Kagamé, antes do balanço das actividades do Conselho de Paz e Segurança (CPS).
Está prevista uma avaliação do processo de reformas do Conselho de Segurança das Nações Unidas com base num relatório a ser apresentado pelo chefe de Estado da Serra Leoa, Julius Maada Bio, entre outras temáticas.