De acordo com o programa de trabalho do Presidente da República, a que OPAIS teve acesso, João Lourenço vai manter um encontro de auscultação para inteirar-se da situação socioeconómica da província.
Para alguns habitantes da Huila, a visita do Presidente da República reveste-se de capital importância na resolução dos problemas que afligem os cidadãos.
Dentre os problemas, os populares apontam a falta de empregos para a juventude e de alguns serviços sociais básicos, com destaque para a falta de energia e água em alguns bairros da cidade capital, os altos preços da cesta básica e a perda do poder de compra das famílias.
José Filipe, estudante universitário, disse que é necessário que o Presidente da República preste uma maior atenção às vias de comunicação, sobretudo as estradas secundárias e terciárias que constituem factor de desenvolvimento social e económico da província.
“As infraestruturas rodoviárias em toda a extensão da província da Huíla carecem de uma intervenção profunda e à altura dos automobilistas. Precisamos de uma estrada com asfalto à altura que contribuiria, decisivamente, no incremento económico e social. As vias secundárias, incluindo pontes, devem merecer a atenção do PR”, defendeu.
Ligar o campo às cidades
Quem também fala da necessidade de o Presidente da República auxiliar o governo provincial, na recuperação da malha rodoviária, é o jovem Albano Luís Tchivaliti, estudante do curso de direito, afirmando que há uma necessidade de se investir nas estradas que ligam os campos de produção às grandes superfícies comerciais. “Acredito que uma das coisas é melhorar as vias de acesso.
Por exemplo, as estradas que permitem o escoamento do produto do campo para a cidade. Chicomba/ Chipindo são municípios que produzem e não conseguem exportar para a cidade. Está é uma das dificuldades que os cidadãos na Huila têm e que esperam ser resolvida para melhorar a vida”, avançou.
Reforçar a frota de autocarros
Por seu turno, José Filipe fala da necessidade de se reforçar a frota de autocarros que prestam os serviços de Transportes Públicos, tendo em atenção o crescimento da população na província da Huíla. No seu entender, os autocarros que prestam serviços de transportes públicos não devem estar concentrados apenas na cidade do Lubango.
Devem, frisou, igualmente, estender-se para os demais município da província de forma a se evitar as assimetrias que ainda prevalecem na província e reduzir o número de acidentes nas estradas provocadas.
“Um dos entraves que nós na Huíla queremos ver ultrapassada é, igualmente, a dificuldade de transportes. Queremos ver a aumentar mais autocarros para facilitar a mobilidade urbana, periurbana e intermunicipal. Por isso é que queremos que o Governo Central autorize o incremento de mais autocarros”, apelou.
Necessidade de se expandir o ensino superior nos municípios
Os jovens da província da Huíla defendem ainda a necessidade de se expandir o ensino superior em alguns municípios, como forma de combater o êxodo rural que se observa em algumas paragens do território da Huíla.
Segundo alguns entrevistados pela nossa equipa de reportagem, depois de construírem diversas escolas do segundo ciclo do ensino secundário em quase todos os 14 municípios da província da Huíla, o passo a seguir seria o de abertura de núcleo de universidades nestas circunscrições, de forma a atrair a juventude local a permanecer nos seus municípios.
“Queremos que o PR ajude o governo da Huíla a investir na construção de mais escolas primárias, secundárias e do ensino superior. Este último vai permitir que estudantes não se desloquem ao Lubango em busca da formação académica e profissional, além de vir retirar mais de 400 mil alunos que se encontram fora do sistema de ensino”, disse José Filipe.
Para o professor Valério Numbi Braga, apostar na expansão do ensino superior nos municípios da província é garantir a inclusão de quadros locais em futuros concursos de ingresso no funcionalismo público.
“Um dos assuntos que gostaria de expor ao Presidente da República é a extensão das faculdades a nível dos municípios, sobretudo aqueles virados para a agricultura”, defendeu.
Por: João Katombela, na Huíla