Zhang Bin destacou a importância política e económica da relação sino-angolana que se tem consolidada nas últimas décadas e alicerçar numa colaboração que abrange desde investimentos em infra-estrutura até aos avanços nos sectores da educação e saúde.
Segundo o diplomata chinês, que falava ontem em conferência de imprensa, a recente celebração do 75.º aniversário da fundação da República Popular da China foi uma ocasião para reafirmar o papel de liderança mundial do país asiático e o seu compromisso com o desenvolvimento de parcerias internacionais baseadas no respeito mútuo e não interferência.
“A fundação da República Popular da China representou um marco histórico que unificou o povo chinês em torno do objectivo de desenvolvimento e estabilidade, transformando o nosso país numa das principais economias mundiais,” disse Zhang Bin, reforçando a vontade de partilhar esta trajectória com países africanos, entre os quais Angola.
O embaixador abordou também os resultados da última Cimeira do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC), onde a China anunciou um pacote de 360 bilhões de yuans destinados à África, incluindo investimentos directos e assistência financeira.
Zhang Bin sublinhou que, para Angola, estes investimentos têm permitido importantes avanços em sectores essenciais, como energia, transporte e saúde pública.
Expectativas
O embaixador Zhang Bin ressaltou que os próximos passos incluem a expansão de projectos de inclusão digital nas comunidades remotas angolanas, um programa em parceria com a empresa chinesa Huawei, que levará infra-estrutura de banda larga para zonas rurais, promovendo a transformação digital e o desenvolvimento económico local.
“Estamos comprometidos em apoiar Angola no seu caminho de desenvolvimento sustentável e diversificação económica,” declarou Zhang, sublinhando a importância de se reduzir a dependência do petróleo e incentivar novas fontes de renda.
Ao final do encontro, Zhang convidou a imprensa angolana a participar do processo de divulgação dos avanços da parceria e a contribuir para o fortalecimento dos laços sino-angolanos.
“A imprensa tem um papel essencial na construção de uma compreensão mútua e na divulgação dos frutos da nossa colaboração. Esperamos que se possam tornar mensageiros do intercâmbio cultural e da amizade entre os nossos povos,” concluiu.
Histórico da cooperação Angola- China As relações entre Angola e China datam do período de independência de Angola em 1975.
No entanto, o marco económico mais significativo ocorreu em 2002, após o fim da guerra civil angolana, quando ambos os países consolidaram uma parceria económica que se tornou vital para a reconstrução de Angola.
Desde então, a China tornou-se o maior credor e parceiro comercial de Angola, financiando grandes projectos de infra-estrutura, como a construção de estradas, pontes e redes ferroviárias, que conectaram regiões isoladas e foram essenciais para a estabilidade económica e política do país.
Além da infra-estrutura, a colaboração sino- angolana expandiu-se para as áreas da saúde e educação, com iniciativas como a construção de escolas técnicas e hospitais em diversas províncias.
A parceria foi reforçada por empréstimos chineses lastreados em petróleo, fórmula que permitiu a Angola transformar os seus recursos naturais em desenvolvimento concreto, apesar das críticas internacionais sobre o endividamento.
A recente aposta do governo chinês numa nova era de investimentos no continente africano é vista com particular relevância para Angola, dado o papel do país como uma das maiores economias africanas e principal exportador de petróleo para a China.
“A China e Angola têm uma parceria que é exemplo de uma cooperação estratégica bem- sucedida e mutuamente vantajosa,” sublinhou o embaixador, recordando que, em 2023, Angola aderiu ao projecto da Nova Rota da Seda, ampliando ainda mais o alcance da parceria para incluir tecnologia, energia renovável e inovação.