A Cimeira Extraordinária da Dupla Troika da Comunidade de Desenvolvimento dos Países da África Austral realiza-se hoje, no Centro de Convenções de Talatona, em Luanda
O encontro contará com as presenças dos estadistas da Namíbia, Hage Geingob, da África do Sul, Cyril Ramaphosa, da Zâmbia, Edgar Lungu, da República Democrática do Congo (RDC), Joseph Kabila, da Swazilandia e do Lesotho. Ontem, no período da manhã, os peritos da SADC estiveram reunidos para apreciar os documentos que seriam submetidos à tarde ao encontro dos chefes da diplomacia destes estados membros.
A cimeira da SADC pretende encontrar vias para ajudar a RDC e o Lesotho a ultrapassarem a crise política e social que enfrentam, bem como consolidar o processo democrático na região austral.
O encontro de especialistas foi seguido da reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da SADC, que visou preparar a Cimeira Extraordinária da Dupla Troika da região, ao nível de Chefes de Estado e Governo. Orientou os trabalhos da sessão de peritos o director para África e Médio Oriente do Ministério angolano das Relações Exteriores, Joaquim do Espírito Santo.
Especialistas de Angola, RDC, Namíbia, Zâmbia, África do Sul, Swazilândia, Tanzânia e Reino do Lesotho, participaram no referido encontro. O Reino do Lesotho é um país membro da SADC que se encontra em crise política agravada pelo assassinato, por subordinados, de dois chefes das suas forças armadas, em 2015 e 2017, o que levou as autoridades a solicitarem uma intervenção da organização regional que desdobrou, em Dezembro último, um contingente de 269 membros, entre militares, polícias, peritos de inteligência e civis.
Angola é actualmente presidente do Órgão de Concertação Política, Defesa e Segurança da SADC e contribuiu com 160 militares para esta força, no terreno desde Novembro. Em causa está a agitação político-militar na sequência da morte, a 05 de Setembro, do chefe de Estado-Maior do Exército, o general Khoantle Motsomotso, num tiroteio numa caserna com dois ofi ciais militares rivais, que também morreram.
O Lesoto inscreve uma longa história de instabilidade política, com golpes de Estado militares em 1986 e 1991, e tentativas de golpe de Estado como o que aconreceu em 2014. Várias personalidades foram assassinadas, incluindo um exchefe do Exército em 2015.
Na República Democrática do Congo decorrem os preparativos para as próximas eleições. A agitação político-social na RD Congo tem como pano de fundo a permanência no poder, depois de terminado o mandato, do Presidente Joseph Kabila.