O Presidente da República, João lourenço, reuniu-se, ontem, quarta-feira, em Luanda, com o seu homólogo da República Democrática do Congo (RDC), Félix Tchissekedi, que veio à capital do país com este propósito
Questão do conflito armado no Leste daquele país, que envolve forças governamentais da RDC e rebeldes do M 23, apoiados pelo Rwanda, tem levado a consultas regulares entre o Presidente João Lourenço e Félix Tchis- sekedi, na qualidade de presidente em exercício da União Africana.
Ao falar à imprensa no final do encontro de cerca de duas horas, o ministro das Relações Exteriores, Téte António, informou que os Chefes de Estado, durante este encontro, reiteraram as boas relações que existem entre os dois países e povos.
A respeito do conflito no leste da RDC, o chefe da diplomacia angolana comentou que ambos os estadistas acordaram manter uma consulta regular, já no âmbito da responsabilidade de Angola como Presidente da União Africana.
Na última segunda-feira, Angola anunciou a sua retirada da mediação no conflito no Leste da RDC, para se dedicar às prioridades gerais definidas pela União Africana (UA) sobre a paz e segurança do continente no seu todo.
De acordo com um comunicado da Presidência da República, serão dados, nos próximos dias, os passos necessários com a Comissão da UA, para se encontrar o país cujo chefe de Estado deverá assumir a mediação do conflito entre a República Democrática do Congo (RDC) e o Ruanda.
O documento esclarece que, passados quase dois meses desde que assumiu a presidência rotativa da UA, Angola considera necessário libertar-se da responsabilidade de medianeiro do conflito, para se dedicar “de forma mais ampla” às prioridades gerais da organização continental.
Recorde-se que, apesar de Angola ter deixado a mediação do conflito entre a RDC e o grupo armado M23, alcançou importantes progressos a nível ministerial, tendo em Dezembro de 2024, a RDC se comprometido a neutralizar as FDLR e o Ruanda a retirar as suas Forças de Defesa do território congolês, para as linhas de fronteira entre os dois países.
Essa foi uma das principais reivindicações das partes, estando assim criadas as condições para a Cimeira de 15 de Dezembro passado que teria lugar em Luanda, o que acabou por não acontecer por ausência do Ruanda.