O secretário da coligação eleitoral no Huambo entende que não basta o meio urbano, também as bases minoritárias fazem toda a diferença.
POR: Norberto Sateco
O secretário provincial da CASA-CE no Huambo, Almeida Chilunga Daniel, reconhece que a organização política que dirige no Planalto Central, tem estado a perder alguns ‘adeptos’, nos últimos tempos, sobretudo no meio rural. Sem adiantar números, o político diz ser preciso mais recursos e meios para fazer chegar a sua mensagem às comunidades, de modo que a verdadeira essência do surgimento da coligação de Abel Chivukuvuku seja absorvida.
“Em algumas localidades do meio rural faltou o conhecimento profundo da organização por parte das populações. Uma sensibilização mais agressiva precisa-se”, disse Daniel, para quem atacar as profundezas, ao invés de limitarse apenas no meio urbano, deve ser uma medida para já. Daí que neste novo ciclo político, explicou o dirigente, esteja elaborado um programa de ‘reorganização das suas acções políticas’ a ser implementado no próximo ano ao nível das áreas mais recônditas da região planáltica.
“Porque entendemos que a casa é tendencialmente urbana, mas isso, não basta. Aqui no Huambo tivemos bons votos, porém, precisamos de evoluir para as áreas mais recônditas. Precisamos de andar mais”, referiu o líder político. Esta empreitada, segundo Almeida Daniel, contará com as verbas adjudicadas ao partido provenientes do Orçamento Geral do Estado (OGE) e das quotas da massa militante.
Em suma, o dirigente concluiu que estes aspectos contribuíram negativamente para a cilindrada que a formação política sofreu nas urnas, não tendo eleito nenhum deputado naquele círculo provincial. “Para além da ‘batota’ da CNE com os delegados de lista, este factor pesou bastante na balança”, reconhece Almeida Daniel. Sobre o actual momento político, diz não acreditar na governação de João Lourenço, por entender tratar-se de “um mero jogo de cadeiras”. “O ideal era mudarmos de sistema, pois continuam a ser os mesmos, daí a necessidade de ver para crermos”, disse.
Quanto à governação de João Baptista Kussumua, considerou crítica em alguns aspectos, sobretudo no que toca à falta de vontade política para pôr cobro aos actos de intolerância que se assistem nesta região do planalto central. Para ele, “os actos de intolerância acontecem sem o tugir nem o mugir das autoridades, assim como noutros sectores da vida social em que o quadro é lastimável”. “Há muita morte, você vai para o hospital e volta pior, num país com diamantes e petróleo”, lamentou. Apesar dos resultados eleitorais, a CASA-CE continua a ser a segunda força politica na Oposição, tendo conquistado um total de 16 deputados.