Depois de já ter sido a terceira força política do país, pelos resultados alcançados nas eleições de 2012 e 2017, a Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação eleitoral (CASA-CE), celebra hoje o 12º aniversário com um passivo negativo, por não ter conseguido nenhum assento no parlamento nas eleições de 17 de Agosto de 2022
A CASA-CE fundada pelo político Abel Chivukuvuku, entretanto destituído da liderança em 2019, completa nesta Segunda-feira, 3 de Abril, 12 anos de existência, num momento em que vive uma crise sem prece- dentes com uma dívida de 200 milhões de kwanzas e com par- tidos a manifestarem intenção de se desmembrarem, sendo o Bloco Democrático o primeiro demissionário.
Para hoje, 3 de Abril, a Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE), tem agendada uma reunião, em Luanda, na qual vai analisar a vida interna da coligação, sobretudo apurar a veracidade ou não de alguns partidos que manifestam a intenção de abandonar a CASA, depois da derrota expressiva nas eleições de 2022.
O pagamento ou não de uma divida de cerca de 200 milhões de kwanzas reclamada por uma empresa chinesa que forneceu o material da campanha eleitoral nas últimas eleições é também um assunto que vai ser analisado, segundo o líder da CASA-CE, Manuel Fernandes, em declarações exclusivas ao OPAÍS.
A “CASA” que já chegou a ser a terceira força política angolana, até 2022, “desabou” ao sair de 16 para zero deputado. Manuel Fer- nandes acusa a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) de ser a culpada do péssimo resultado obtido nas últimas eleições, cuja vitória recaiu uma vez mais no MPLA, que continua a dirigir os destinos do país depois da conquista da independência a 11 de Novembro de 1975.
Problemas mais problemas
A CASA-CE vive problemas in- ternos, embora não admitidos pela direcção, sendo público o afastamento, em 2019, do mentor do projecto, Abel Epalanga Chivukuvuku, a renúncia ao Cargo do então presidente André Mendes de Carvalho “Miau”, em 2021, e o desmembramento do partido Bloco Democrático, são alguns exemplos. “Nós, partidos políticos, enquanto entes jurídicos constituintes da CASA-CE, deliberamos a demissão do Dr. Abel Epalanga Chivukuvuku do cargo de presidente da CASA-CE, com efeito imediato, por quebra de confiança”, anunciou, na altura, em conferência de imprensa, um dos vice-presidente, Alexandre Sebastião André, líder do Partido para o Desenvolvimento e Democracia de Angola – Aliança Patriótica (PADDA-AP).
Abel Chivukuvuku foi acusado de fazer oposição contra a própria co- ligação e de ter concentrado todos os poderes na sua pessoa, ao passo que Miau, havia denunciado ter sido alvo de conspiração pelos líderes dos partidos que o convidaram a gerir a organização. Integram a CASA – CE, o Partido de Aliança Livre de Maioria Angolana (PALMA), o Partido de Apoio para Democracia e Desenvolvimento de Angola – Aliança Patriótica (PADDA-AP), Partido Pacífico Angolano (PPA), Partido Nacional de Salvação de Angola (PNSA) e Partido Democrático para o Progresso de Aliança Nacional Angolana (PDP-ANA).
POR: José Zangui