Filomeno Vieira Lopes diz que o Governo tem sérios problemas quando o assunto é transparência, daí ter apelado a que o concurso público internacional para a concessão do corredor sul, abrangendo as províncias do Namibe, Huíla e Cunene, anunciado, quinta- feira, 06, em Benguela, pelo ministro dos transportes, Ricardo de Abreu, observe o princípio da transparência e que a população seja tida em conta na hora de to- mar qualquer decisão.
Alcançados os objectivos em relação ao corredor do Lobito, o ministro dos Transportes, Ricardo de Abreu, garante que as atenções, agora, estão voltadas para o corredor sul, abrangendo, entre outras, as províncias da Huíla, Namibe e Cunene, visando dinamizar a cadeia de valor da região em referência.
O governante admite, pois, que esse corredor tem características diferentes em relação ao do Lobito, por não ter ainda ligações fronteiriças, ao assegurar, de resto, a criação de condições para que, no segundo semestre deste ano, se proceda ao lançamento do concurso público internacional para a sua concessão.
O corredor sul foi desenha- do a pensar, de entre outras, na transportação dos recursos minerais da aludida região a outras partes do país e do mundo.
O presidente do BD reconhece que Angola é rica em recursos dessa natureza e sugere que o que vier a ser feito deve, em princípio, privilegiar o bem-estar social das populações de zonas onde se exploram recursos minerais. “Mesmo ali, onde há exploração desses recursos, as populações vivem mal.
Temos aqui um problema. Podemos estar a criar infra-estruturas, mas a população vive mal”, considerou, ao sustentar, por conta disso, ser necessário focar-se sempre no bem-estar social.
“Em primeiro lugar, devemos realçar que é uma pouca-vergonha o facto de, durante 40 anos, por exemplo, Angola e a República Democrática do Congo já como países praticamente independentes não conseguiram restabelecer esta linha, parou o transporte, digamos, de minério, por Angola, e também a exploração de minério e transporte para o exterior”, crítica o político do BD, para quem foi preciso uma forte intervenção externa dos Estados Unidos da América para que tenha sido possível a retoma da transportação.
De acordo com Filomeno Vieira Dias, a questão profunda em relação ao corredor sul é saber qual vai ser a exploração de fundo que se quer fazer. Na visão do seu partido, tudo que vier a ser feito tem de ter o consentimento da população, daí haver, no ponto de vista dele, um problema grave no Namibe.