Mota Sebastião não descarta, porém, determinados «pactos políticos» com certas individualidades.
Nos termos da lei dos partidos políticos, o Bloco Democrático está obrigado a concorrer sozinho, não devendo optar pelo cenário semelhante ao ocorrido em 2022, integrado em uma plataforma política, como foi a Frente Patriótica Unida.
Analistas da política doméstica têm afirmado que, concorrendo sozinho, o Bloco Democrático não sobreviveria. Entretanto, o partido contraria essa tese com o argumento de que a agremiação política está confortável para avançar com os próprios pés, não obstante o cepticismo que, volta-e-meia, ainda paira.
Porém, o que Mota Sebastião, secretário-geral do partido, deixa claro é que a sua agremiação política está, à partida, consciente dos desafios que se lhe reserva o ano de 2027.
Daí ele ter apontado, desde já, como primeiro, entres os desafios, o cumprimento da legislação relativa aos partidos políticos, nos termos da qual, para a sua continuidade, o partido obriga-se, nas eleições gerais de 2027, a concorrer nesse referido ano.
“Como vai concorrer, isso ainda é assunto a ser tratado pelo partido. Nós estamos a aprimorar e encontrar as melhores soluções para o partido e para o país, porque esta é a nossa filosofia, nunca sempre o partido, o país em primeiro lugar, apesar de o partido ser plataforma onde nós congregamos ideias e reafirmamos compromisso.
Na devida altura, os cidadãos e os jornalistas poderão saber de que forma o partido vai concorrer”, assegurou o político.
O dirigente partidário sustenta que, ainda que o partido avance sozinho, haverá sempre necessidade de se firmar pacto com outras entidades, para quem os partidos políticos são feitos disso.
Ou seja, estão dados também a pactos: “são para esse fim”, realçando que a luta a que se propõe é de interesse do colectivo.
O partidário socorre-se dos documentos reitores da formação política, com destaque para os estatutos, para sustentar que há abertura para membros da sociedade civil.
Nos dias que correm, em função da massa militante granjeada, o BD já se sente confortável face aos desafios de 2027.
Ele não se refere a números, mas fala em base considerável de militantes, a julgar pelo «censo realizado» há coisa de um ano.
“E os números agradam-nos, estamos nessa altura na terceira fase do censo, que é a identificação do militante lá onde se encontra e como está organizado”, declara o político na oposição, ao sinalizar que, apesar desse quadro, a tendência é de cada vez mais aumento.
O secretário do BD admite, pois, que os processos eleitorais em Angola nunca são fáceis, de sorte que o seu partido que, em 2022, concorreu às eleições ao lado da UNITA e do projecto político PRAJA-Servir Angola, na plataforma Frente Patriótica Unida, esteja a trabalhar para o desenvolver e fazê-lo crescer.
Por: Constantino Eduardo, em Benguela