Na sua intervenção, ontem, por ocasião da primeira Cimeira Africana sobre o Clima, que decorre em Nairobi, Quénia, a Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, reiterou o compromisso de Angola e a sua confiança na União Africana e na comunidade internacional para enfrentar os desafios climáticos.
A Vice-Presidente referiu que Angola está totalmente comprometida com a implementação da Convenção Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas, razão pela qual tem elaborado políticas e programas de acção, como a Estratégia Nacional para as Alterações Climáticas 2022-2025, que pretende dar resposta aos desafios lançados pelo Acordo de Paris e pelos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030, e estabelecer a Visão da Política Nacional angolana no horizonte 2035.
Esperança da Costa, que chefia a delegação angolana naquele evento, fez saber que Angola está a desenvolver, por iniciativa própria, um programa energético diversificado que actualmente incentiva a Transição Energética com Energias Limpas e renováveis, com a entrada em funcionamento de dois projectos de painéis fotovoltaicos com cerca de 285 Megawatts, o que irá reduzir o impacto da emissão de dióxido de carbono em cerca de 935 mil toneladas por ano, estando ainda em conclusão a construção de mais cinco parques fotovoltaicos em outras províncias.
Sobre a adaptação às alterações climáticas, a governante angolana garantiu que o país está a implementar acções de mitigação dos efeitos da seca nas províncias da região sul, tendo investido mais de 130 milhões de dólares americanos para a construção do Canal do Cafu, uma infra-estrutura que vai permitir levar água para as populações afectadas pela seca, bem como para a prática da agricultura, criando assim resiliência das comunidades.
Parceria global mais justa
Esperança da Costa apelou à promoção de uma parceria global mais justa e mais equitativa, considerando que os investimentos em projectos climáticos em África não beneficiam apenas as nações africanas, mas contribuem para a estabilidade climática global.
Reafirmou o compromisso de Angola com a igualdade, com a resiliência e com todo o processo de progresso da África.
“Os danos e perdas em África como consequência das alterações climáticas são elevados. Criam instabilidade social, criam deslocações forçadas da população, agudizam conflitos, mas unidos podemos superar os obstáculos e construir um futuro mais brilhante para as nossas populações, para África e para o mundo”, salientou.
Sublinhou, por outro lado, que a África é um continente de oportunidades, onde as mulheres e a juventude são os maiores produtores de alimentos e constituem cerca de 70 por cento do potencial produtivo, apelando, neste sentido, o financiamento às iniciativas e projectos que os envolve em actividades de grande valor do agronegócio.
“Precisamos financiar o emprego verde de modo a ampliar cada vez mais a adaptação e a resiliência das nossas comunidades e promover o desenvolvimento sustentável, concluiu Encontro Ainda no dia de ontem, a VicePresidente da República manteve um encontro com a Presidente da República da Tanzânia, Samia Hassan Suluh, com quem abordou o tema do empoderamento da mulher, questões de domínio ambiental e seus mais diferentes desafios.
O encontro teve lugar no Centro Internacional de Convenções Kenyatta (KCC), à margem da Cimeira Africana sobre o Clima, que decorre sob o lema “Impulsionar o Crescimento Verde e as Soluções de Financiamento Climático para África e o Mundo”, cujos temas convergem para a necessidade de uma África a assumir uma única voz no plano da preparação da COP28 e no plano da sua participação em outros fóruns.