A responsável, que falava no final de uma audiência ontem, em Luanda, com o Presidente da República, João Lourenço, destacou a importância de apoiar a juventude angolana em negócios inovadores, sobretudo na área agrícola, visando a geração de empregos e o fortalecimento da cadeia de valor no sector.
“Uma das discussões que estamos a ter enquanto estou aqui é trazer uma iniciativa que o PNUD lançou a nível global, em suporte ao empreendedorismo infantil e startups, que se chama Timbuktu”, disse Ahunna Eziakonwa, acrescentando que a ideia é conseguir 1 bilhão de dólares para investir em empresas para crianças que possuam iniciativas tecnológicas nas áreas de saúde, agricultura, mudanças climáticas, tecnologia fintech e mais.
A iniciativa, segundo a responsável, foi lançada no ano passado em Davos, na Suíça. O programa Timbuktu, que já conta com dez hubs (centros de inovação) espalhados pelo continente africano, tem como objectivo incubar e desenvolver ideias tecnológicas em diferentes sectores estratégicos.
Em Angola, a proposta é estabelecer um hub voltado à agricultura e criação de cadeias de valor, um sector com grande potencial de crescimento e oportunidades de emprego.
“Enquanto estou em Angola, concordamos que o país pode ser o 11.º a receber um hub agrícola que irá apoiar as crianças para entrar no campo da agricultura e da criação de cadeias de valor.
Porque é aqui que os trabalhos podem ser criados com facilidade e que beneficiarão as crianças. Estamos ansiosos para criar esta iniciativa aqui também”, acrescentou Ahunna Eziakonwa.
Quanto ao financiamento, a directora do PNUD esclareceu que a implementação do projecto não dependerá de um valor fixo a ser investido por Angola, mas sim da colaboração entre o Executivo e o organismo internacional.
“O governo proverá, esperamos, o espaço, um local da sua escolha, e o PNUD tentará mobilizar os equipamentos. É mais como um laboratório para experimentação, para protótipos, para incubar ideias tecnológicas na agricultura e também comercialização”, explicou.
Além disso, o centro de inovação em Angola terá um caráter panafricano, permitindo que jovens de outros países africanos participem de intercâmbios e colaborações.
“O programa se chama Timbuktu, e os senhores podem pesquisar na internet e ler um bocadinho mais sobre ele. Jovens de outros países africanos poderão vir aqui e haverá um intercâmbio, uma estimulação e uma inspiração ao redor do continente”, afirmou.
Segundo Ahunna Eziakonwa, a expectativa é que a parceria entre o governo angolano e o PNUD viabilize rapidamente a instalação do hub, proporcionando um espaço de inovação para os jovens empreendedores, impulsionando o desenvolvimento do sector agrícola através da tecnologia.