As deputadas angolanas, Ângela Bragança, Clarice Kaputu e Leonor da Silva Lima e Cruz, participam, desde o último domingo, no primeiro Fórum Parlamentar Indonésia-África, em Bali, na Indonésia
O evento, que conta com a participação de representantes de 22 países incluindo nove presidentes de parlamentos, serve como um trampolim para aproveitar a cooperação entre parlamentares de ambas as regiões.
O objectivo da reunião é discutir e gerar impulso para melhorar as dinâmicas entre os países África nos e a Indonésia. A cerimónia de abertura do evento, que decorre sob o lema “Forjando a Parceria Parlamentar Indonésia-África para o Desenvolvimento Local”, foi presidida pelo ministro dos Negócios Estrangeiros da Indonésia, Retno Marsudi.
De acordo com o programa do evento, que tem o seu término agendado para hoje, segunda-feira, o primeiro dia esteve reservado para uma sessão especial denominada “Cooperação Sul-Sul para a Prosperidade e a Sustentabilidade”, focando-se na estreita relação histórica com a Indonésia.
Durante a sessão, os palestrantes fizeram acento tónico em questões relacionadas com a importância da Cooperação sul-sul, respaldando, neste contexto, a inspiração do espírito da Conferência de Bandung, realizada em 1955 (luta anti-colonial e solidariedade) e os desafios actuais (desenvolvimento económico, energias renováveis e tecnologia/ transformação digital).
Abordaram ainda a necessidade de se reconhecer a diversidade cultural e de estádios de desenvolvimento e identificar e valorizar os pontos convergentes para uma cooperação sul-sul séria e construtiva, na base “win-Win”.
Em foco esteve também a necessidade de a Cooperação Sul-Sul estar alinhada com os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e a Agenda 2063 da União Africana, bem como o impulso e fortalecimento do caminho para o desenvolvimento e promoção da unidade, para uma voz mais forte na arena internacional.
O programa reserva ainda abordagens dos temas “Construindo Comunidades Resilientes através de Iniciativas de Saúde e Segurança Alimentar” e “Aproveitar o potencial comercial e de investimento para o crescimento económico inclusivo”.
Com estas abordagens se pretende que os parlamentos aproveitem os programas de intercâmbio de peritos agrícolas e cientistas entre a Indonésia e África, a fim de facilitar a difusão do conhecimento e a aprendizagem Sul-Sul. O objectivo, conforme a organização, é explorar o papel dinâmico que o comércio e o investimento desempenham na promoção do crescimento económico inclusivo nas regiões em desenvolvimento, particularmente entre a Indonésia e as nações africanas.
“Existe um grande potencial de cooperação que precisa de ser optimizado, considerando que a Indonésia e a África possuem recursos naturais abundantes que exigem cooperação para implementar a agenda de desenvolvimento sustentável, incluindo na transição energética”, avança a organização.
Na visão da organização, os parlamentos devem tentar reduzir a disparidade entre os países, promovendo a cooperação no domínio do comércio, do investimento e da tecnologia, relações mais fortes entre as pessoas, facilitando o intercâmbio cultural e apoiando a partilha de conhecimentos e valores, nomeadamente através da cooperação Sul-Sul e Triangular.
O fórum serve como um trampolim para melhorar a colaboração entre os parlamentares indonésios e africanos e produzir novos compromissos num plano abrangente para encorajar a cooperação para o desenvolvimento a longo prazo entre as duas partes. Consta ainda entre os objectivos reafirmar o compromisso mútuo de reforçar a conectividade económica, política e social entre a Indonésia e os países africanos