Os sectores da educação, agricultura, saúde e do turismo estão entre as novas áreas de cooperação identificadas por Angola na parceria com o Quénia, cuja economia é considerada a maior da África Oriental
A informação foi avançada pelo embaixador de Angola no Quénia, Sianga Abílio, em declarações à imprensa, a propósito da participação de Angola na primeira Cimeira Africana sobre o Clima, a decorrer em Nairobi. “A educação é uma área que Angola pode aproveitar em termos de cooperação”, afirmou o embaixador, apontando, de igual modo, o sector da saúde, onde notou haver “desenvolvimento em termos de hospitais que Angola também pode seguir o exemplo”.
O Quénia tem uma economia as- sente no turismo e na agricultura, sectores que interessam a Angola, que possui grande potencial em recursos naturais e que procura diversificar a economia em grande parte ainda dependente do petróleo.
O embaixador informou que o Quénia desenvolveu, nos últimos anos, capacidades que Angola pode aproveitar para dinamizar a cooperação, com realce para o ensino, tendo apontado como exemplo o caso da Universidade de Nairobi, que consta na lista das dez melhores de África. Quanto às relações de cooperação com o Governo da República do Quénia, o embaixador considerou “boas” e realçou o facto de ter novos acordos já à vista em sectores que não especificou.
Trocas comerciais
Quanto às trocas comerciais entre os dois países, disse que ainda não reflectem as relações de cooperação, mas destaca a existência de um “certo movimento” de algumas mercadorias entre ambas regiões. Sem avançar possível resulta- dos do saldo da balança comercial, Syanga Abílio referiu que os números dessas trocas não podem ser avaliadas, tendo em conta a sua fraca efectivação.
No domínio da diplomacia económica, uma das apostas do Executivo angolano, informou que a representação diplomática prossegue com a apresentação das várias oportunidades de investimento existe em Angola junto da classe empresarial queniana. Segundo o embaixador de Angola trata-se, entre outros, de oportunidades de investimentos nos domínios da agricultura, do turismo, da indústria transformadora e extractiva.
Em 2019, a Missão Diplomática de Angola mobilizou empresários quenianos que culminou com a ida a Luanda, capital angolana, onde reuniram-se com homens de negócios nacionais, tendo como foco o estabelecimento de parcerias. Observou que a diplomacia para a atracção de investimento estrangeiro continua a ser implementada”, entretanto, considerou importante que se efective a “isenção de vistos para permitir que os empresários deste país possam se deslocar para Angola sem dificuldades e vice-versa”.
Para o embaixador, tal movimento só pode ocorrer em pleno se for aplicada a isenção de vis- to para os investidores que ambos os países. Dados a que a ANGOP teve acesso indicam que as trocas comerciais entre os países do continente africano não passam dos 16 por cento, contra os 70 por cento da Europa.