As chefias militares ao mais alto nível da Região de Cabinda, por Angola, e dos departamentos de defesa de Ponta-Negra e Kouilou, pela República do Congo Brazzaville, estiveram reunidos, no último fim-de-semana, para analisarem aspectos ligados à segurança e manutenção da paz e estabilidade ao longo da fronteira comum entre os dois países
O encontro decorreu na localidade de Tchiamba Nzassi/Ponta-Negra, a convite das autoridades militares congolesas, e abordou questões relacionados com a troca de informações entre os comandos militares das duas regiões, a luta contra o tráfico ilícito, sobretudo o contra- bando de combustíveis e da madeira, a livre circulação de pessoas e bens na fronteira, bem como a circulação de homens armados ao longo da fronteira comum entre Angola e Congo Brazzaville.
Por parte angolana, o encontro foi orientado pelo comandante da Região Militar Cabinda, tenente-general Tukikebi Tussen dos Santos, e pela parte congolesa pelo comandante da Zona Militar de Defesa números 1 e 2 dos Departamentos de Ponta-Negra e Kouilou, general de brigada Jean Olessongo Ondaye.
A reunião contou ainda com as presenças do cônsul-geral de Angola para os departamentos de Ponta-Negra e Kouilou, Samuel Andrade da Cunha, dos comandantes das polícias das duas regiões, altas patentes das polícias de fronteira, segurança interna e serviços de migração. O anfitrião do encontro, Jean Olessongo Ondaye, em nome do alto comandante da República do Congo e dos comandos das regiões de Ponta Negra e Kouilou, desejou boas-vindas à delegação angolana e felicitou o tenente-general Tukikebi dos Santos pela sua nomeação, há quatro meses, no cargo de comandante da Região Militar Cabinda.
Jean Ondaye ressaltou as boas relações de amizade e de cooperação existentes entre Angola e Congo iniciadas desde os tempos dos ex-presidentes Marien Nguabi e Agostinho Neto. Segundo o oficial general congolês, as boas obras dos actuais Chefes dos Estados de Angola e do Congo, respectivamente, João Lourenço e Dennis Sasso Nguesso, influenciaram a realização do encontro para “continuarmos a reunir para o bem das nossas Nações.”
A reunião de Tchiamba Nzassi é consequência do encontro realizado, em Ponta-Negra, em Maio do ano passado, entre os ministros da defesa que serviu para analisar a cooperação militar entre os dois países. “Este encontro é fruto da reunião ministerial que se realizou em Ponta-Negra. Depois do encontro, os nossos dois comandos superiores baixaram orientações para que tivessemos de sentar nesse momento. Nós nos sentimos bem e em paz porque os nossos encontros já datam desde há vários anos.” O comandante da Região Militar Cabinda considerou o encontro de bastante importante para garantir a estabilidade da fronteira comum e assegurar a livre circulação de pessoas e bens.
“Os pontos da agenda de trabalho aqui apresentados, sobretu- do a troca de informação entre os dois comandos, a luta contra o tráfico de combustível, o movimento de homens armados ao longo da fronteira são questões que devem ser abordados com profundidade para manter a boa vizinhança e assegurar a soberania dos dois países”, asseverou o tenente-general Tukikebi Tussen dos Santos. O encontro, que decorreu à porta fechada, produziu um comunicado final, ao qual a imprensa não teve acesso. No entanto, as partes ressaltaram a necessidade de se manter encontros permanentes do género para no interesse comum fortalecerem a cooperação militar a nível das duas regiões limítrofes de Cabinda (Angola) e Ponta-Negra e Kouilou (Congo Brazzaville).
POR: Alberto Coelho, enviado à Ponta-Negra