O programa, que é financiado pelo Governo dos Emirados Árabes Unidos, já capacitou mais de 5 mil jovens africanos desde a sua criação em 2017.
No final do encontro entre as duas entidades, o embaixador Téte António, ministro angolano das Relações Exteriores, salientou a relevância da iniciativa para Angola, afirmando que “o conhecimento é a chave de tudo” e que o projecto está alinhado com as políticas do Executivo angolano no diz respeito à segurança alimentar.
“Este projecto vai ao encontro da política do governo da República de Angola no que diz respeito à segurança e soberania alimentar, além de contribuir para outras necessidades a partir da agricultura.
É um desenvolvimento que saudamos com entusiasmo”, afirmou o chefe da diplomacia angolana, saudando o fortalecimento das relações bilaterais entre Angola e Brasil. A cooperação com o Brasil, segundo Téte António, não se limita a declarações formais, mas foca em acções concretas.
“O programa abrange a camada juvenil e reforça a importância de Angola como porta de entrada para iniciativas que promovam o conhecimento científico e o desenvolvimento sustentável”, acrescentou.
Por sua vez, o Presidente do Instituto Brasil África, João Bosco Monte, anunciou que 50 jovens angolanos serão seleccionados para receber treinamento no Brasil. “A experiência será focada na cadeia produtiva do cacau, uma cultura de grande relevância para diversos países africanos e que, agora, chega a Angola. Essa capacitação vai além do aprendizado teórico; ela é uma semente para transformar a economia angolana”, destacou.
Desde 2017, o Instituto Brasil África já capacitou mais de 5 mil jovens africanos em diversos sectores, mesmo durante a pandemia, com as adaptações ao formato virtual. Segundo João Bosco, o programa não termina com as duas semanas de treinamento.
“O trabalho continua quando estes jovens retornarem a Angola para implementar o conhecimento adquirido. A nossa expectativa é que, em dois anos, possamos ver resultados concretos dessa iniciativa.”
O presidente do Instituto destacou ainda a importância da equidade de gênero e da universalização do programa. “Queremos garantir que tanto homens quanto mulheres, de todas as regiões do país, sejam beneficiados.
A participação do sector privado, tanto angolano quanto brasileiro, será essencial para o sucesso da iniciativa”, afirmou. O projecto, financiado pelo governo dos Emirados Árabes Unidos, conta com o apoio do Ministério das Relações Exteriores e do Ministério da Agricultura de Angola.
“A geografia e as semelhanças culturais entre o Brasil e Angola oferecem um terreno fértil para a transferência de boas práticas. É motivo de grande satisfação ver ideias discutidas no passado materializarem-se agora de maneira clara”, concluiu João Bosco.