O ministro de Estado e Chefe da Casa Civil do Presidente da República, Adão Francisco Correia de Almeida, defendeu, ontem, durante a “Conferência Construindo”, uma frente unida para promover a causa da justiça e o pagamento de reparações aos africanos, que decorre em Accra, Ghana, que se trata de uma questão de justiça. Para o ministro de Estado, Angola está presente na conferência porque apoia a causa, pois trata-se de uma questão de justiça para com a história e de respeito para com os antepassados.
“É preciso lançar uma agenda africana sobre esta matéria, capaz de fazer ouvir bem alto uma só voz. A voz de África, a voz da justiça. Nada melhor do que começar aqui, na terra de Kwame Nkrumah, um dos pais fundadores do Pan-Africanismo”, destacou Adão de Almeida. Ainda durante a sua comunicação, o ministro considerou a necessidade de serem lançadas bases para uma agenda sobre a necessidade de reparação justa pelos danos causados pela colonização.
“Precisamos de assegurar que a nossa história seja contada às novas gerações para que jamais se repita. Há novas formas de colonização que precisam de ser evitadas sob pena de nos reservar novamente a condição de objecto”, referenciou. O ministro lembrou que a ocupação colonial retirou aos povos africanos a condição de sujeito e transformou-os em objecto.
Descrevendo esta condição, Agostinho Neto, fundador da Nação angolana, disse, na Conferência da Organização de Unidade Africana de 1978, que “África parece um corpo inerte onde cada abutre vem debicar o seu pedaço”. Mais do que erros históricos, a colonização e a escravatura foram dos maiores crimes contra a Humanidade. Angola, seu país, foi colonizado durante quase cinco séculos. Durante esses 500 anos, o homem angolano foi subjugado, razão porque desde sempre os seus antepassados ousaram resistir, com os meios disponíveis, à ocupação colonial.