A República de Angola concluiu, nesta sexta-feira, 29, o mandato na presidência rotativa do Comité Consultivo Permanente das Nações Unidas para Questões de Segurança na África Central (UNSAC), durante a 58ª Reunião Ministerial realizada na cidade de Bangui, capital da República Centro-Africana
João Feliciano
A cerimónia de passagem de pasta contou com a presença de representantes dos 11 Estados-membros do UNSAC.
Na ocasião, o ministro das Relações Exteriores de Angola, embaixador Téte António, transferiu os símbolos de liderança, representados pelo martelo, à ministra dos Negócios Estrangeiros da República Centro-Africana, Sylvie Valérie Baïpo-Temon, que assume agora a presidência rotativa do órgão.
No discurso de encerramento, Téte António destacou as realizações de Angola ao longo do mandato, incluindo o Fórum Regional de Alto Nível de Mulheres do Continente Africano, realizado em Outubro último, e as iniciativas de mediação no conflito entre a República Democrática do Congo e o Ruanda, lideradas pelo Presidente João Lourenço.
O tema da presidência angolana, “Iniciativas de Mediação ao Nível Regional: Desafios e Oportunidades”, foi ressaltado pelo ministro, que sublinhou a necessidade de abordagens mais proactivas para a resolução de tensões e conflitos na região.
O outro destaque foi a visita de campo do UNSAC em Angola, que abrangeu as províncias do Bié, Huambo e Benguela, exemplificando a reconstrução pós-conflito.
Téte António propôs ainda o fortalecimento das instituições locais, o investimento em infra-estruturas sociais e económicas, reintegração de ex-combatentes e a promoção do sector privado como estratégias essenciais para consolidar a paz e a estabilidade na região.
A delegação angolana incluiu altos representantes do Ministério das Relações Exteriores (MIREX), Ministério da Defesa, Serviço de Inteligência e Segurança do Estado, além de diplomatas angolanos no Gabão e na República Centro-Africana.
Com a transição, a presidência do UNSAC passa à República Centro-Africana, que terá a tarefa de liderar os esforços tendentes a enfrentar os desafios regionais, incluindo a segurança, integração política e social, e prevenção de conflitos.
O fórum destacou ainda questões como a segurança climática, direitos humanos, protecção de refugiados e medidas para combater discursos de ódio. Os Estados-membros reafirmaram o compromisso de continuar a promover soluções conjuntas para a estabilidade e o desenvolvimento sustentável na região central do continente.