O director-geral da Unidade de Informação Financeira (UIF), Gilberto Moisés Capeça, disse, em Cabinda, que o branqueamento de capitais, financiamento do terrorismo e a proliferação de armas de destruição em massa constituem preocupação para os Estados.
Para o combate deste fenómeno, o Executivo angolano está a criar condições a fim de manter boas relações com organizações regionais e internacionais que lidam com essas matérias que visam salvaguardar a comunidade global.
Gilberto Moisés Capeça, que falava na abertura de um workshop promovido pela Unidade de Informação Financeira (UIF), adiantou que o objectivo era partilhar, com diversas instituições locais, experiências relevantes sobre o sistema nacional de prevenção e combate ao branqueamento de capitais.
Aliás, crimes subjacentes, como financiamento ao terrorismo e a proliferação de armas de destruição em massa, bem como sensibilizar o país sobre as recomendações do Grupo de Acção Financeira Internacional (GAFI) sobre as boas práticas quanto à prevenção e combate a esses crimes têm estado na ordem do dia.
Segundo o director-geral da UIF, o Estado angolano saiu do período de observação e se encontra, neste momento, na fase de monitorização reforçada pelo Grupo de Acção Financeira Internacional (GAFI).
Ainda assim, o responsável disse que as preocupações que Angola tem vindo a enfrentar com a implementação das recomendações do GAFI estão agora reflectidas na legislação nacional, impedindo assim que as acções criminosas tenham êxitos.
“O Estado angolano tem vindo a implementar um conjunto de medidas e acções para fazer face às deficiências identificadas no seu relatório de avaliação mútua”, garantiu.
O objectivo do Executivo, de acordo com Gilberto Capeça, visa reforçar o sistema nacional de prevenção e combate aos crimes e adequá-lo ao compromisso a nível internacional alinhado com as normas e princípios sobre as matérias de branqueamento de capitais, financiamento ao terrorismo e proliferação de armas de destruição em massa.
Para tal, referiu que a formação é um dos objectivos mais importantes para traduzir a preocupação do governo, de modo a melhorar a compreensão dos quadros das diversas instituições intervenientes no referido sistema.
Durante a acção formativa, os participantes debruçaram-se sobre matérias relacionadas à importância da coordenação da UIF, no âmbito do sistema de prevenção e combate aos crimes.
A presente iniciativa, segundo assumiu, visa alinhar os conhecimentos dos quadros das mais variadas instituições que compõem o sistema nacional de prevenção e combate a esses crimes e que resultará na implementação de acções e medidas necessárias para que o referido sistema seja considerado robusto, suficiente e alinhado às directrizes internacionais.
“Assumimos a responsabilidade de continuar a sensibilizar e agregar maior conhecimento aos órgãos de aplicação da lei e entidades sujeitas ao combate ao branqueamento de capitais, financiamento ao terrorismo e à proliferação de armas de destruição em massa de forma activa, directa e exaustiva”, referiu.
A presente acção formativa, no entender de Gilberto Capeça, vem reforçar também a componente e a capacitação técnica com reflexo directo no trabalho quotidiano dos quadros seniores dos sectores públicos envolvidos directamente na prevenção dos crimes financeiros relativos ao branqueamento de capitais, financiamento ao terrorismo e proliferação de armas de destruição em massa.
“Quanto maior for o domínio por parte dos quadros intervenientes nestas actividades de prevenção e combate à criminalidade informática e outros crimes conexos, melhor serão os resultados de toda a sua acção”, assegurou.
Para a governadora de Cabinda, Suzana de Abreu, já são identificadas os males que possam beliscar a gestão da coisa pública, nomeadamente o branqueamento de capitais, a corrupção e outros actos que “não são nada benéficos para nós como governantes poder de uma forma equitativa dar aquilo que devemos, os melhores serviços sociais e as boas políticas para alavancar a nossa economia.”
“É assim que a Unidade de Informação Financeira está a levar a cabo essa acção formativa para capacitar os recursos humanos e também dar a solidez que se precisa naquilo que são os nossos processos, as nossas leis e as nossas normas”, concluiu.
Por: Alberto Coelho, em Cabinda