Os desafios e soluções de financiamento da acção climática, protecção ambiental e desenvolvimento sustentável em Angola estiveram no centro de um workshop organizado, Quarta-feira, em Luanda, pela Embaixada de Israel
Os participantes ao evento, organizado com o apoio do Governo angolano, convergiram na necessidade de um trabalho conjunto e estreita colaboração dos diferentes Estados e outros actores para enfrentar os problemas ambientais que afectam hoje todo o planeta.
Segundo a secretária de Estado angolana para Acção Climática e Desenvolvimento Sustentável, Paula Cristina Francisco Coelho, que esteve entre os principais oradores do encontro, os desafios das mudanças climáticas exigem um trabalho conjunto com foco nas medidas de adaptação necessárias para a construção de um futuro mais resiliente.
Sem desprimor para as medidas de mitigação, disse, é necessário um engajamento forte e a adopção de acções decisivas e colaborativas para enfrentar esta crise e contribuir para um futuro sustentável.
A este propósito, destacou o facto de já se vislumbrarem, em muitos casos, acções concretas como a transição para energias renováveis, consubstanciadas na redução considerável da dependência dos combustíveis fósseis.
Trata-se do investimento em energias limpas e renováveis, tais como solares, eólicas e hidroeléctricas, que visam diminuir as emissões de carbono e impulsionar a economia, bem como criar outras oportunidades de emprego, afirmou.
Para Paula Coelho, o mundo e Angola, em particular, devem abordar as mudanças climáticas com a mesma urgência e compromisso com que enfrentaram os desafios globais anteriores.
Por seu turno, o embaixador de Israel em Angola, Shimon Solomon, reforçou que as mudanças climáticas têm um impacto em todos os países do mundo, sendo evidente a ocorrência de aquecimentos globais, incêndios, inundações, perdas de biodiversidade, entre outros.
Deu ainda, como exemplo, as situações devastadoras da seca vividas pela população do Sul de Angola, mais concretamente na província do Cunene, e outras que abalam Israel e outros países como a escassez de água e de energia, assim como o recrudescimento do terrorismo.
“Todos estes desafios levaram Israel a procurar soluções globais para os ultrapassar”, acrescentou, insistindo na importância do trabalho conjunto para se enfrentar os problemas.
A inovação para o financiamento sustentável dos guardiões locais da linha da frente da conservação da biodiversidade e das soluções climáticas baseadas na natureza fez, igualmente, parte dos temas que estiveram em debate no Memorial António Agostinho Neto Foi ainda abordada a importância da guarda dos parques e dos conservadores comunitários para a conservação, bem como os meios de subsistência sustentáveis e boas práticas para com as comunidades locais rurais.
A lista dos oradores contou ainda com as presenças de especialistas como Tamar Rom, consultora de Conservação da Biodiversidade, Januário Avelino, do Departamento para as Mudanças Climáticas do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e Miguel Kinavuidi, presidente da Associação dos Guardas de Parques de África (GRAA) em Angola.
O representante da WWF em Angola, Daniel Morais, bem como o presidente da ADPP em Angola, Rikka Viholm, também intervieram nos debates com temas ligados ao conflito entre o homem e a vida selvagem, às soluções de mitigação sustentáveis e à capacitação, e formação de professores das comunidades.