Após ter sido indicado pelo Bureau Político, Adriano Mendes de Carvalho foi eleito, ontem, 1º secretário do MPLA em Luanda, na IV conferência do Comité Provincial do MPLA de Luanda, realizada no município de Bela
Por: Rila Berta
Adriano Mendes de Carvalho foi eleito 1º secretário de Luanda, com 1979 votos a favor (97%), 44 contra (2%) e 21 votos nulos (representando 1%), em substituição de Francisco Higino Lopes Carneiro. Na ocasião, Higino Carneiro recordou os últimos resultados obtidos nas eleições gerais de 23 de Agosto e felicitou o Presidente da República eleito, João Lourenço.
Recomendou atenção sobre a orientação de José Eduardo dos Santos, presidente do partido, para a coesão interna no seio do partido. Referiu que o sucesso, a vitalidade e perenidade do partido depende do modo como os militantes encaram, compreendem e executam as decisões dos órgãos superiores do partido.
Na cerimónia presidida por Higino Carneiro, 1º secretário provincial cessante, os delegados receberam informações sobre a situação política na província, com destaque para o desempenho do partido durante as eleições gerais de 23 de Agosto último e os desafios do partido para os próximos tempos. A IV conferência provincial extraordinária do MPLA aprovou os seguintes documentos: Moção de apoio a José Eduardo dos Santos, presidente do MPLA; Moção de apoio ao Presidente da República, João Lourenço e Menção honrosa a Higino Carneiro, primeiro secretário cessante do partido.
Paulo Kassoma, coordenador do grupo de acompanhamento do Secretariado do Bureau Político para a província de Luanda, na ocasião, referiu que com esforço permanente de actualização dos militantes direcionado ao aperfeiçoamento e adequação dos instrumentos e métodos de trabalho do partido, aos princípios e valores representados nos seus símbolos, será possível a inserção e a boa recepção da mensagem do partido na sociedade luandense.
“E assegurar o maior envolvimento dos cidadãos na solução dos problemas da comunidade de base”, augurou. Destacou o plano geral de actividades do partido aprovado em Outubro último, em sessão do Comité Central, cuja tarefa essencial é “reforçar o papel dirigente do MPLA para apoiar o Executivo no desafio de melhorar o que está bem e corrigir o que está mal”. Assinalou a necessidade de realizar-se eleições autárquicas.
Segundo Paulo Kassoma, a execução do Plano Intercalar prevê a aprovação de um novo estatuto orgânico para Luanda, visando o estabelecimento de um novo modelo de governação, mais próximo do cidadão e dos seus problemas.
“O referido estatuto será um passo importante rumo à implementação gradual do poder autárquico. Este processo preconiza a desconcentração financeira e a descentralização administrativa, em busca de uma maior eficácia dos resultados e mais eficiência no desempenho dos programas do Governo, a efectividade dos produtos e serviços por eles fornecidos, para a satisfaçãodas necessidades dos cidadãos”, apontou. Referiu que o êxito das acções a realizar, dependerá de uma correcta interpretação das orientações da direcção do partido.
“É preciso coragem para governar Luanda”
No seu primeiro discurso enquanto 1º secretário do MPLA em Luanda, maior praça eleitoral do país, Adriano Mendes de Carvalho disse que, ao invés de receber parabéns, em Luanda, prefere receber palavras de incentivo, como “coragem”. “Eu geralmente não gosto quando dizem em Luanda parabéns, prefiro que me digam coragem. Porque em Luanda é preciso coragem”, afirmou. Adriano Mendes de Carvalho desempenha cumulativamente função de governador da província de Luanda. Nesta senda, garantiu que tudo fará para que o partido nesta região se apresente forte para os próximos compromissos eleitorais. Disse contar com a ajuda de todos os militantes para continuar a trabalhar para o aumento da influência do partido em Luanda, fazendo com que os objectivos definidos superiormente sejam cumpridos. Recomendou maior atenção ao que considerou “jogo político promovido por forças contrárias”, para o progresso e o bem-estar da população. Disse estar preocupado com a forma como os militantes têm consentido que haja intriga, o que consequentemente, tem provocado desconfiança entre os militantes. Prometeu promover abertura para o diálogo e para o debate sem tabus nem complexos. “Somos um partido democrático e moderno, por conseguinte, a tolerância e a camaradagem têm de ser a nosso plataforma. A roupa suja deve ser lavada em casa”, avisou. Acrescentando que a vida do partido não pôde estar permanentemente exposta, em prejuízo da sua imagem e dos seus objectivos. Considerou imperiosa a união e coesão no seio dos militantes, manifestou disponibilidade no cumprimento das tarefas no quadro dos desafios que se avizinham. Enalteceu o trabalho efectuado pelo antigo governador e 1º secretário provincial do MPLA em Luanda, Higino Carneiro. Destacou o crescimento demográfico na capital do país, que se situa na ordem dos 2% ao ano, como sendo um catalisador de problemas e desequilíbrios para a implementação das políticas públicas, o abrandamento dos programas de requalificação, surgimento de construções anárquicas, dificuldades no abastecimento de água e na distribuição da energia eléctrica, entre outros constrangimentos. Neste contexto, com referência ao programa que pretende levar a cabo, referiu basear-se nas acções que já estavam em curso, implementadas inicialmente pelo secretariado anterior. Referiu trabalhar em linha com o programa de governação do MPLA e com as orientações do Presidente da República, visando intensificar acções no domínio da distribuição de água, energia, reparação das principais vias secundárias e terciárias, reestruturação do sistema de saúde, entre outras acções sociais. Disse contar com o apoio dos membros do Bureau Político e do povo, para, da melhor forma, desempenhar as suas funções. Reconheceu o trabalho e dedicação à causa do povo de José Eduardo dos Santos. Considerou que o presidente do partido, ao longo do seu desempenho político até tornar-se Presidente da República, dedicou a sua juventude a servir o país. “E fê-lo bem”. A IV conferência provincial extraordinária do MPLA teve como agenda de trabalhos, a apresentação da situação política e partidária da província de Luanda, a eleição do primeiro secretário e a análise e aprovação dos documentos reitores da acção do partido na província de Luanda.