Na reunião de ontem, e na presença de João Lourenço, recomendou mecanismos de implementação dos processos de desconcentração administrativa e financeira em que os órgãos da administração local passem a ter autonomia para a implementação dos projectos indispensáveis às comunidades.
Um dos desafios apontados para governar Luanda prende-se com a alegada “excessiva interferência” de determinadas figuras do Executivo central em algumas esferas da vida pública distanciadas da sua jurisdição. Segundo fez saber o governador de Luanda, estas situações dificultam o bom funcionamento das instituições, estando na maior parte dos casos a “bloquear” o desempenho dos órgãos que acomodam o Governo Provincial de Luanda (GPL). Adriano Mendes de Carvalho, durante a reunião na manhã desta Sexta-feira (9) com o Chefe de Estado, ministros e administradores municipais, manifestou esta preocupação, tendo pedido a intervenção de João Lourenço, no sentido de se pôr fim a esta prática que considera de “intromissão nas suas competências”.
O dirigente, que prestava esclarecimentos sobre algumas infra-estruturas visitadas no dia anterior por Lourenço, fez questão de salientar que “os activos patrimoniais imobiliários mais valiosos da província foram entregues a custo zero a gabinetes de desenvolvimento que não dependem do GPL”, tendo citado, a título de exemplo, a Zona Económica Especial, no município de Viana, onde, por sinal ,estão associados vários pólos industriais, cujas receitas, advindas da produção, tardam a chegar aos cofres do GPL.Por outro lado, informou que as infracções administrativas e o funcionamento dos mercados informais exigirão do GPL maior sensibilização e organização.
GPL quer 80% da população água potável
O deficiente abastecimento de água potável e os constantes cortes no fornecimento de energia eléctrica de que os habitantes da província se queixam, fazem parte da agenda de prioridades para os próximos dois anos. Ainda assim, o governador provincial de Luanda, Andriano Mendes de Carvalho, esclareceu que outros sectores que mereceram igualmente uma atenção especial são os do saneamento básico e do ambiente, uma vez que a maior necessidade prende-se com disponibilidade da água potável. Uma situação que aquele dirigente aponta como sendo a maior causa de mortes e de doenças graves em algumas zonas, sobretudo da periferia.
“A nossa meta é atingir, nos próximos dois a três anos, um índice de produção e de distribuição na ordem dos 80% das necessidades”, disse Adriano Mendes de Carvalho, para quem a questão da mobilidade urbana também faz parte do foco do seu pelouro, que pretende melhorar as vias secundárias e terciárias para, entre outros factores, aumentar o número de operadores de transportes colectivos urbanos. Quanto ao sector da saúde, OPAÍS sabe que está em andamento a elaboração de protocolos médicos para a geo-referenciação e especialização dos hospitais, tornando o paciente o centro das atenções, onde as comparticipações das consultas serão modestas.