O director de projectos e desenvolvimento da Associação para o Desenvolvimento Rural e Ambiente(ADRA), Carlos Cambuta, assegurou, esta semana, em Luanda, que o Governo Angolano está com dificuldades para alocar verbas ao sector da Educação.
POR: Maria Custódia
O responsável, que se pronunciava no debate “Jango Temático”, explicou que é dever do Governo destinar verbas para o sector da Educação, segundo os compromissos assumidos no Fórum Mundial da Educação de Dakar, que recomenda a atribuição de ao menos 20% das despesas para este sector. Carlos Cambuta acusou ainda o Governo de não cumprir a recomendação mais recente decorrente do Fórum Mundial da Educação, realizado na Coreia do Sul, que orienta “o cumprimento escrupuloso de uma educação inclusiva, equitativa e de qualidade”.
“Devemos sublinhar que compreendemos as motivações, nomeadamente a crise económica e financeira que não permite, efectivamente, cumprir estas recomendações internacionais, mas era importante que o país pudesse definir metas sobre o alcance destes compromissos”, replicou.Referiu que em relação à alocação de verbas, elas não se limitam apenas ao seu aumento, mas também na revisão do modelo de aplicação deste aumento.
Rever o modelo de aplicação
Carlos Cambuta defendeu ainda uma aposta nos mecanismos de gestão e a revisão do modelo de aplicação dos recursos. Augurou que este aumento das verbas para o sector da Educação venha a traduzir-se na alocação de recursos nas escolas, para que consigam dar resposta às necessidades mais prementes.
UNICEF reitera apoio ao Executivo
Por seu turno, o chefe de secção de políticas sociais do Fundo das Nações Unidas para a Educação e Infância (UNICEF, sigla em inglês), Glayson dos Santos, disse que a sua instituição vai continuar a apoiar as políticas do Governo no capítulo da educação. Já o presidente da Associação dos Cegos e Ambliopes de Angola, Venceslau Muginga, lamentou o facto de as escolas do ensino especial em todo país estarem desprovidas de meios básicos para os alunos com deficiência visual.