Ex-adida financeira da Embaixada de Angola na Etiópia, Maria Nambi Duarte saiu, ontem, “em defesa” do antigo embaixador angolano naquele país africano, afirmando desconhecer o descaminho de cinco milhões de dólares imputados ao diplomata
A declarante nos presentes autos era, à data dos factos, a contabilista da Embaixada de Angola na Etiópia, e disse não ter conhecimento sobre os cinco milhões de dólares alegadamente decididos pelo então embaixador Arcanjo Maria do Nascimento.
Maria Nambi Duarte de Almeida contou em tribunal que as planilhas, organizadas por si, contendo os pagamentos às empresas contratadas para a construção dos edifícios da Embaixada, da casa protocolar e da chancelaria de defesa estão correctas.
Já a representante do MIREX, a declarante Deolinda de Carvalho, declarou que houve um concurso para a contratação das empresas de fiscalização e de construção das infra-estruturas da missão diplomática de Angola na Etiópia.
Segundo a declarante, o procedimento concursal foi organizado pela Estado angolano, representado pelos Ministérios da Construção e Obras Públicas, das Finanças e pelo MIREX.
À data, a missão não foi concluída dado o facto de existir apenas uma empresa apurada, quando os procedimentos impõem que haja, ao menos, duas empresas.
Daí que o concurso foi realizado meses depois, já com duas empresas concorrentes, tendo sido apurada a empresa etíope AJ-Constructions, para a construção dos edifícios, e uma empresa angolana para a fiscalização.
A razão de ter sido contratada uma empresa nacional e outra etíope teve que ver com o facto de as empresas daquele país, segundo a declarante, não garantirem total confiança na qualidade das obras.
Ademais, declarou que soube mais tarde que a empreitada não foi concluída por ter havido litígio, cuja causa não soube dizer, entre a Embaixada de Angola e a empresa construtora.
Por seu turno, o representante do Ministério das Finanças, arquitecto de profissão, declarou que até a fase em que as obras ficaram paralisadas estariam em torno de 50 por cento de execução física, faltando apenas o apetrechamento.
Questionado se conhecia as razões da paralisação das obras, declarou que só mais tarde é que teria sido informado, porque as partes tinham ficado desavindas.
Ainda nesta sessão, foram ouvidos mais dois declarantes que afirmaram desconhecer os actos que levaram o antigo embaixador Arcanjo Maria do Nascimento à barra do tribunal.