O líder da maior força política na oposição sustenta a sua tese com a existência de relatórios que tanto elogiam quanto criticam aquilo a que Costa chama de «péssima gestão do Governo». A exemplo do que diz, considerou haver relatórios do Fundo Monetário Internacional que elogiam o Governo “mesmo perante a péssima gestão dos fundos públicos, e outros que os revelam um tanto quanto adormecidos”.
Adalberto Costa Júnior fez esta constatação quando falava à imprensa à margem do lançamento da obra ´Estado Rico, Estado Pobre´, de autoria do sul-africamo Greg Mills, em Benguela. O presidente da UNITA afirmou não entender as razões dessa posição do FMI, mas garantiu estar certo de que “há, em Angola, interesses que colidem com a verdade”.
Adalberto Costa Júnior deu conta, porém, de uma reunião que manteve recentemente com o embaixador dos Estados Unidos em Angola, na qual o seu partido manifestou insatisfação face à alegada postura de favorecimento dos norte-americanos no que se refere ao nosso país.
“Há menos de três semanas, nós, de forma muito directa, dissemos ao embaixador americano que os Estados Unidos devem mudar a postura em relação à sua abordagem aos problemas de Angola”, disse, tendo realçado que, em muitos casos, o Governo norte-americano tem fechado os olhos a algumas situações em Angola.
“Há uma postura do resto da comunidade mais corajosa, crítica, pressionante sobre o Governo e tem havido uma postura americana que tem fechado olhos àquilo que tem sido o desastre angolano”, vincou, asseverando que o modelo de cooperação dos Estados Unidos com Angola foi definido pela então secretária de Estado do Governo norte-americano, Hilary Clinton, em sede de uma visita efectuada ao país.
“Os Estados Unidos não cooperam com o Governo de Angola, cooperam com o país (com os cidadãos, com a sociedade…). A actual embaixada dirige o modelo de cooperação partidária”, criticou o político. Costa Júnior acusou também alguns governantes da administração norte-americana de recusarem encontros com a sociedade civil nas suas visitas de Estado a Angola, tendo, por conta disso, apontado o dedo ao embaixador dos Estados Unidos, porquanto do seu ponto de vista, este estaria a prestar um mau-trabalho.