A província de Benguela inicia, dentro de quinze dias, o processo de cadastramento de antigos combatentes e veteranos da pátria, que se vão juntar às 11 mil pessoas existentes na base de dados, segundo revelou, em declarações à imprensa, o responsável do pelouro, Jorge Sapesse, no Bocoio, à margem do acto provincial do 4 de Fevereiro, data do início da luta armada de liberação nacional.
Constantino Eduardo, em Benguela
À semelhança do que acontece um pouco pelo país, a província tem às portas um processo de cadastramento, de modo a inverter o cenário de ‘oportunistas’, como os qualificou o director provincial dos antigos combatentes e veteranos da pátria, Jorge Sapesse, momentos depois de o governador Luís Nunes ter depositado uma coroa de flores no túmulo de um soldado desconhecido, no cemitério municipal do Balombo, no âmbito dos 62 do início da luta armada de liberação, que hoje, sábado, se assinala.
“O processo de cadastramento começou no dia de Janeiro na província de Catumbela. Portanto, a província de Benguela começa no dia 6 de Março”, assinala, adiantando, pois, que esse processo abrange apenas aqueles já inseridos no sistema, todavia os antigos combatentes e veteranos da pátria cujos processos estejam à margem vão ter de aguardar a próxima fase.
“Também só se vai cadastrar aquele que não fizeram da última vez”, alerta.
De acordo com Jorge Sapesse, a província de Benguela controla, neste momento, um total de 11 mil pessoas, entre antigos combatentes, deficientes, órfãos, viúvas, entre outros. Mas, em relação a antigos combatentes propriamente dito, a direcção contam apenas com 546.
Questionado pelo jornal O PAÍS sobre alegados incumprimentos de algumas administrações municipais de destinar 75 por cento dos 25 milhões de kwanzas que recebem mensalmente aos antigos combatentes, no âmbito do combate à fome e à pobreza, o responsável diz estar em curso uma série de diligências tendentes à inversão do quadro junto daquelas instâncias, embora se tenha escusado de apontar aquelas administrações em que não haja observância das normas.
Em declarações à imprensa, governador provincial de Benguela, Luís Nunes, manifestou-se consciente dos principais problemas dos antigos combatentes e veteranos da pátria e assegura que o Governo continua a trabalhar para os debelar.