É com muita nostalgia e emoção que vejo a JMJ que tive o privilégio de participar em ocasiões distintas Roma 2000 e Colónia 2005, primeiro com o Papa João Paulo II e depois com Bento XVI, ser realizada bem entre a Bobadela e Sacavém num local que me traz inúmeras memórias, onde vivi grandes momentos, pedaços importantes na minha vida, em que participei em várias actividades pastorais, aprendi a conduzir, fiz muitas caminhadas, corridas sem conta, (fazia ali parte da preparação física durante os defesos e ao longo das épocas desportivas aproveitava para recuperar forma desportiva).
Sempre gostei imenso daquele local e de desfrutar da vista maravilhosa lá de cima, só havia um senão, o cheiro desagradável que por vezes vinha do Rio Trancão.
Aquele espaço esteve muitos anos distante de lhe ser atribuído o seu verdadeiro valor, o que irá certamente acontecer após a realização deste este magnífico evento com uma hipervalorização daquela gigantesca parcela de terreno com vários projectos e novos empreendimentos.
O ponto mais alto destas jornadas que acolhem mais de um milhão e meio de jovens de todo o mundo, unidos pela oração e pelo convívio harmonioso, dirigidos pelo Papa Francisco que é sombra de dúvidas uma figura, um ser humano extraordinário inspirado por Deus para nos ajudar a caminharmos na jornada da vida, deixando a cada intervenção, a cada mensagem, reflexões profundas de carácter diverso, inseridas no espírito cristão, na Doutrina Social da Igreja Católica, na filosofia, sociologia e psicologia, que não deixam ninguém indiferente pelo seu sentido, pela riqueza e diversidade de valores que transmitem, ajudando a impulsionar, a transformar para melhor o carácter dos jovens participantes e não só ,ou seja, com impacto positivo nas suas vidas pois segundo o Papa Francisco.
O Sumo Pontífice vem deste modo chamar a atenção a nossa própria crise de consciência e de existência, pois tem nos faltado o básico, o essencial, que é sermos humanos e renovar o sentimento de esperança, “neste momento histórico, os desafios são enormes e os gemidos dolorosos, estamos vivendo uma terceira guerra mundial em pedaços, mas abracemos o risco de pensar que não estamos numa agonia, mas num parto; não no fim, mas no início dum grande espetáculo.
Por isso sede protagonistas de uma «nova coreografia» que coloque no centro a pessoa humana, sede coreógrafos da dança da vida.”
Ele demonstra a cada intervenção que é possível construirmos um mundo melhor para todos independentemente das diferenças, das crenças, das ideologias, pois cabemos todos neste maravilhoso planeta e temos a obrigação preservá-lo, bem como a nossa espécie mas para o efeito é preciso que quebremos barreiras, muros, distâncias, que acabemos com as guerras, com o sofrimento dos mais vulneráveis, que deixemos que o bem prevaleça sobre o mal.
Eis um pequeno excerto muito significativo de um dos seus sermões: “Há lugar para todos, juntos, cada um na sua língua. Cada um na sua língua repitam comigo: todos, todos, todos.
Esta é a Igreja, a Mãe de todos”.
Por: OMAR NDAVOKA