É realmente preocupante quando vemos uma organização deficiente em torno de uma selecção Sub-17, especialmente quando a falta de planificação pode afectar directamente o desempenho de atletas e a preparação da equipa para o Campeonato Africano das Nações da categoria.
Alguns atletas não viajaram para Marrocos porque ainda não têm passaportes, treinadores e outros oficiais não embarcaram por inexistência de reservas para todos.
Os jogadores da diáspora não treinaram com os restantes integrantes e juntar-se-ão apenas ao grupo no local da competição.
Situações como essa, em que há divisão no embarque do grupo e falta de documentos essenciais como passaportes, mostram uma gritante falta de coordenação que deveria ser evitada, principalmente quando falamos de uma selecção nacional de jovens atletas.
A ausência de um estágio adequado, o não aproveitamento de torneios internacionais como o da Turquia e a falta de treinos conjuntos com jogadores da diáspora são exemplos claros de que a preparação da equipa não foi feita da maneira ideal.
Preparar uma selecção para uma competição de alto nível, como o CAN, exige antecedência, planificação e um trabalho coeso entre todas as partes envolvidas.
Sem essa base sólida, como se pode esperar que a equipa tenha um bom desempenho competitivo e procure alcançar o pódio? Claro, o talento individual e a garra dos jogadores podem, sim, levar a resultados inesperados, mas o futuro da selecção passa pelo investimento contínuo na preparação e na criação de uma estrutura profissional que permita aos jogadores se concentrar apenas no desempenho em campo.
Esse tipo de gestão não só compromete as aspirações imediatas, mas também compromete a evolução e o sucesso a longo prazo da selecção.
Se queremos realmente que Angola se estabeleça como uma força competitiva no futebol jovem, é necessário repensar a forma como a equipa nacional é gerida e como a preparação é conduzida.
Isso não pode ser resolvido apenas com uma boa exibição momentânea, mas com um trabalho estruturado e constante para desenvolver o futebol nacional de maneira sustentável.
Por: Luís Caetano