A omissão do árbitro em dar por terminada a partida, enquanto Vinicius Jr. era deploravelmente alvo de insultos, expõe o obstáculo primordial a ser superado na incessante luta contra o racismo: a consciência coletiva.
Quando o jogo segue adiante, desconsiderando as diretrizes da FIFA que preveem vitória automática para o Real Madrid, testemunhamos uma impactante manifestação de discriminação.
Uma parte significativa da humanidade deve uma reparação histórica à outra parte. Os indivíduos brancos devem aos negros, os homens devem às mulheres, os privilegiados devem aos desfavorecidos, e os defensores do autoritarismo devem aos protetores da democracia.
Uma verdade inegável que ecoa através das eras.
Os primeiros movimentos migratórios, especialmente no ocidente e muitas vezes falando português, baseados em uma auto proclamada superioridade de cor, religião e poder, deram origem a injustiças cruéis que não podem ser simplesmente esquecidas. Nesse contexto, a sociedade se vê confrontada com uma grave realidade que exige uma resposta imediata e vigorosa.
A inércia diante de tais atos repugnantes apenas perpetua a cultura do preconceito, evidenciando a urgente necessidade de uma transformação profunda e efetiva.
É imprescindível disseminar, de forma inequívoca, a mensagem incontestável de que a discriminação entre seres humanos não pode, sob nenhuma circunstância, ser tolerada.
Reconhecer nossa inquestionável igualdade representa o ápice da evolução humana até os dias atuais.
Chegou o momento de internalizar essa premissa com veemência para encerrar definitivamente qualquer resquício de preconceito que ainda permeie nossa sociedade.
O desafio está em transformar essa consciência em ações concretas, promovendo a inclusão, a justiça e o respeito irrestrito às diferenças.
Caso contrário, corremos o risco de retroceder em nossa busca por uma sociedade verdadeiramente igualitária.
Embora seja verdade que a sociedade global pareça estar ciente desse desafio e que haja um processo de reparação em curso, esse processo se mostra frágil quando movimentos extremistas, muitas vezes nacionalistas e xenófobos, surgem por toda a Europa.
É fundamental punir severamente todos aqueles que adotam comportamentos racistas, sem compromisso, tolerância ou contemplação.
Do torcedor na arquibancada ao político populista, passando pelo presidente do clube, ninguém deve escapar das consequências de suas ações.
E lembrar que por cada caso de racismo conhecido, envolvendo figuras famosas, muitos outros ocorrem diariamente, anonimamente, sem que sejam conhecidos ou sequer relacionados ao que ocorreu naquele estádio de futebol.
Por: José Manuel Diogo