Acredita-se não a ser aqui o primeiro a escrever sobre a VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, pois quando se insiste tanto em tocar na mesma tecla é porque alguma coisa não vai nada bem.
Bem, na língua, os assuntos são os mesmos que os autores das gramáticas sempre vão escrever e, fora da Gramática Descritiva que descreve novos fenómenos da língua que acontece nas nossas sociedades, muitas dessas, falo das gramáticas tradicionais, normativas e outras, de uma forma técnica tentam menosprezar o que fala um grupo da língua e valorizar outro grupo, ou seja, o que fazem é purificar a língua a gosto dum outro grupo que se coloca à margem superior.
É exactamente isso que me faz tecer um pouco de conhecimento aqui, por isso ter mostrado o quanto esses mesmos autores têm sido egoístas.
Egoístas porque quando se está a fazer um estudo sobre a língua ou estabelecer uma regra para sociedade, o autor não pode simplesmente pensar numa única sociedade, melhor o autor não escrever para uma residência, tudo porque cada povo é apenas um povo e um povo tem sempre as suas variedades.
E isso também tem levado alguns professores de Língua Portuguesa a ensinar(em) simplesmente a gramática e a pensar(em) que estão a ensinar a língua, apoiam-se mais nas gramáticas tradicionais do que noutros matérias evolventes ao ensino da língua, outros até, apegam-se muito na fonética que beneficia outro povo e não o nosso, dessa forma, fazendo com que não atinjam um ensino que merece aos seus ensinandos.
Eu, por exemplo, notabilizei isso quando tive numa conversa com o meu sobrinho, estudante do Ensino Médio, que me chegou a questionar sobre os substantivos, adjectivos e outras palavras que há anos nunca percebeu devidamente… depois de dar a ele umas simples explicações, ele chegou de perceber já também que os problemas que os alunos têm encarado são mesmos de alguns professores, que provocam ao exibirem-se simplesmente com a fonética doutra sociedade e não mostrarem o que é abrangente e tão notório dentro da sala, que passa ser um produto duma sociedade diferente da realidade do que se ensina, apesar de existir uns que têm a capacidade de compreender essa mesma matéria com a tamanha facilidade.
Com todo respeito, não se quer aqui menosprezar a gramática porque ela é necessária, o que se quer é saber ensiná-los a perceberem que existe aquela fonética mas que não é a única, que existe outra da realidade desses alunos.
Porque é através desses ensinamentos que tornam os alunos limitados até de processos fonológicos da sua localidade e os mesmos acabarem por ficar sem ter o domínio da própria língua.
Neste caso, saber diferenciar o falar de cada povo numa determinada sociedade.
Portanto, o que me levou a escrever este textinho, é ainda querer despertar alguns novos (digo novo porque ainda estão mesmo muito distante para ensinar a Língua Portuguesa) professores de Língua Portuguesa que têm simplesmente ensinado a Gramática Tradicional e a pensarem que estão a ensinar a língua, enquanto uma parte da língua que às vezes é sem necessidade para o ensino aqui. Mostro a aqui a eles algumas variações da língua que tornam a língua não estática.
Sendo assim, a língua portuguesa tem inevitavelmente de apresentar variações a todos os níveis fonéticos, morfológicos, lexicais sintácticos e semânticos, pois são essas que resultam de diversos factores.
Para já começar, João Manual Castro Pinto, na sua gramática “Gramática de Português para todos “ conversa connosco sobre algumas variações, temos “Variações geográficas ou diatópicas”, essa variação mostra-nos que qualquer língua vai adquirindo aspectos próprios conforme se vai espalhando a partir da sua região de origem, ou seja, a língua muda de roupa em determinado meio, por isso é que vimos que há sempre alguma coisa que diferencia o português do Brasil e de Portugal, sem esquecer o de Angola.
Neste caso, se ontem ou no espaço X falam «Vou à escola» porque seguem a norma portuguesa, nós aqui podemos e muito bem falarmos «vou na escola», aqui o que conta é mesmo a comunicação manter em dia, então o que se deve fazer é respeitar como a língua sempre sentou para nos ensinar isso.
Vamos também encontrar as «variações históricas» também conhecidas de «diacrónicas», essa nos ensina que o português que se fala no início da nacionalidade não é exactamente igual ao português que se fala hoje.
Por exemplo, muitas palavras pronunciam-se de modo diferentes hoje em dia. Umas continuam a existir, mas foi alterando os seus significados, enquanto outras novas continuam aparecer como temos visto em algumas frases, como exemplo, é a frase já mencionada no passado parágrafo.
Bem, existe mais variações, então cabe o professor pesquisar e tentar entender perfeitamente.
Para terminar, as normas na língua devem existir, mas não devem existir para privar um fenómeno ou já apurado por um povo, uma vez que quem as crias são mesmo os homens.
Por: AC Vayenda