Cada vez é muito mais difícil responder a esta questão. Todos temos os nossos complexos de semelhanças e diferenças. todos somos humanos. Cada um encontra termos e conceitos com os quais definise diante do mundo.
Para Clóvis de Barros Filho (filósofo brasileiro), dizer quem somos implicaria “falar do que nos distingue dos demais e nos torna inteligível.”
O desafio é que, cada vez temos atribuído conceitos de auto-descrição que quase não exigem mais padraões com os quais mencionar nossa identificação.
Para ser mais claro, foquemo-nos por agora para o factor gênero. Antes, eu poderia dizer com toda certeza e determinação: “sou homem.” Contudo, hoje é muito difícil conceituar-me por isso, pois, em uma sociedade tão complexa, ficaria por dizer o quê que de facto faz de mim “um Homem.”
Nas eras passadas (sensivelmente à dois séculos atrás), qualquer um poderia olhar para o gênero, como o factor central para principiar sua identificação no serne de uma apresentação.
Pensando assim, seria a sexualidade do ente que o faria conhecido diante dos demais. Contudo, hoje o gênero agrupa não apenas o nosso órgão sexual, mas, o “conjunto de características físicas, mentais e comportamentais.”
(Dicionário Eletrônico de Português 6.5.1). Ou seja, a sociedade pode ler em mim tanto “Homem” como “Mulher”, considerando não somente o meu gênero (sexo), como as minhas atitudes e comportamentos.
Então, seria a minha profissão? de modo nenhum, pois “eu já era eu” antes mesmo dela e o meu trabalho é simplesmente parte da minha ocupação, que em seu turno, poderei deixar e caminhar para outra. Por outro lado, várias pessoas tiveram o mesmo ofício antes e depois de mim continuará havendo.
Ora, seria o nosso nome? Bom, qualquer um nós possivelmente já pensou isso uma vez. Costumo a dizer que “perguntar quem tu és, não é, como é óbvio, perguntar como te chamas.”
Numa procura-se simplesmente saber o substantivo da pessoa (o nome), e na outra busca-se saber sobre o sujeito. Por outro lado, vivemos em uma sociedade onde ganhamos e perdemos nossos nomes como a galinha perde suas penas, e não obstante a isso,, continuamos sendo nós.
Voltemos; pois: se não é o nosso gênero, ou nosso nome, nem a nossa profissão que ditaria o que somos, então o que seria? Seriamos uma inclusão de cabeça, tronco e nossos membros? Célula, nervos e ossos? junção do nosso sangue e nutrientes? Certo que não.
visto que todos temos semelhança nestes traços. Possuímos todos as mesmos estruturas anatómicas e fisiológicas. Se fosse, seriamos todos as mesmas pessoas, ou em termos gíricos, “seríamos todos nós.”
Anete Guimarães (Neurocientista brasileira), desbruxa que definir qualquer coisa implica “descrevê-la de tal maneira que ele não se confunda com a outra.”
Assim sendo, nossa identidade deve ser o singular ou o plural de qualquer coisa que nos possa tornar distinto de outros. Que nos torna um sujeito inteligível, mas não confundível com as outras personalidades.
Dito assim, fica óbvio que não poderemos ser iguais a qualquer outra pessoa. Não somos aquilo que me assemelha aos demais; os aspectos que nos afilhiam aos outros são parte da gente (isto é, nos pertencem), todavia nenhuma delas em sua singularidade ou pluralidade seria necessariamente eu.
Assim, cada um de nós é aquilo que nos torna único em nosso universo e horizonte. cada pessoa é a primeira a diferença que faz no meio que vive.
Somos aquilo que sem nós não existiria e na nossa ausência não se faria. Somos o que os outros podem imitar, mas o singular de coisas que ninguém jamais poderá igualar. Nossa boca não responde, nossas atitudes determinam.
Nossa existência revela e nossos pensamentos dominam. Isso somos; o que os outros vêem e cada das escritas que em nós eles lêem. Nosso passado nos trouxe até aqui e nosso presente nos leva para onde ficaremos. Somos os “livros que lemos e os amigos que temos (Pedro Manaça, Linguista).
Portanto, nosso nome é o tema da nossa existência, nossos nervos, músculo e sangue formam os complexos da nossa estrutura, nosso gênero é a nossa caderneta de socialização, e nós, a leitura que nos fazem em cada realização. Isto Somos.
Por: Finalista em História, UAN