A necessidade de não se perder dinheiro e tempo com “atletas”, que não têm a mínima condição de entrar um dia para o selecto grupo, de alto nível, é muito grande. O atleta talentoso não surge do nada. Ele tem que ter um bom potencial genético, que é a proposta, porém esta tem que ser utilizada.
Além de ter que nascer com características de talento, ele necessita de estímulos para poder alcançar o máximo que o seu potencial genético oferece. A identificação e desenvolvimento de talentos é um campo recorrente de investigação no desporto.
No entanto, o talento continua a ser notoriamente difícil de definir. É comum o entendimento de que talento é composto por dois componentes principais, as características inatas/ genéticas e as habilidades aprendidas, havendo pouco consenso no que diz respeito ao facto de quais são os factores que dominam. Por isso, o processo de desenvolvimento de capacidades físicas básicas é importantíssimo, nesta fase.
Quando se pensa em detectar se o atleta é talentoso, muitas vezes pensa-se, apenas, nisso, por meio de testes e de medidas isoladas, em determinado momento da vida do atleta.
Deixa-se de lado características herdadas, seu processo de maturação, dentre outras coisas. A sua identificação representa o primeiro passo para seleccionar indivíduos com aptidões necessárias para desenvolver elevadas performances desportivas através de um complexo processo de treinamento.
A este respeito, o grande desafio consiste em descobrir que talento oculto tem cada pessoa que o permita canalizar e desenvolver eficazmente. Em Angola, há muito tempo que se confronta para a produção, no que diz respeito ao desenvolvimento dos processos que levem à descoberta de indivíduos, com uma aptidão e vocação superior, por forma a garantir um maior rendimento.
Entre nós, muitos dos clubes e mesmo selecções nacionais, não querem adoptar tais procedimentos universais, “mutilando” muitas vezes carreiras promissoras de atletas que apenas erraram por acreditar nos seus processos de maturação desportiva.
O aumento do significado social do desporto de competição faz com que a detecção e a selecção de talentos adquiram uma maior importância na luta contra o desperdício e a eficiência de processos cada vez mais caros.
Atrai-nos particularmente a problemática da formação de jovens valores no futebol, andebol e basquetebol. A questão da formação desportiva dos jovens tem que ser vista como um primado, já que uma boa selecção de valores far-se-á através de um consciencializado processo, para que os activos dos clubes garantam a sua sustentabilidade, tornando-se no principal viveiro para as mais distintas selecções nacionais.
Por: Luís Caetano