O mundo rural é cada vez mais a chave do sucesso da economia nacional porque permite responder com sucesso ao combate à pobreza, mas também ter um papel determinante na criação de riqueza, sem necessidade de capitais de risco ou avultados investimentos financeiros.
A terra existe, as comunidades rurais estão disponíveis, os resultados são imediatos ou de muito curto prazo. Há produtos do campo que permitem duas colheitas anuais e no que diz respeito à pecuária, a reprodução faz-se em poucos anos.
Esta introdução serve para justificar a importância do feminino na construção de uma sociedade igualitária e a construção de um Estado Social forte e justo.
Por razões históricas e sociais, a Mulher Angolana está no centro da produção e da criação de riqueza no sector primário. São as mulheres que trabalham a terra.
São as mulheres que fazem as colheitas. São as mulheres que transformam os produtos da terra. Todas as províncias têm vastas áreas de terras férteis para a agricultura e há regiões do país com especiais aptidões para a criação de gado em pastagens naturais. Faltam projectos e investimentos privados, já que os públicos estão à vista.
Quem quiser reproduzi-los só precisa de investir. Os estudos estão feitos, tal como o levantamento das necessidades. O sucesso só e possível com a intervenção da Mulher Rural.
Neste quadro, a valorização das mulheres tem tanta importância como os investimentos privados. A aposta na agricultura familiar é correcta e os resultados positivos estão garantidos.
A Mulher Rural é o elemento decisivo em todo o professo. Com créditos de campanha ou de colheita é possível mudar a vida de milhões de famílias angolanas no Mundo Rural, que além de produzirem para a sua subsistência ainda têm excedentes que lhes garantem recursos financeiros.
A Mulher Angolana é a heroína de todo o processo. Cabe ao Estado regular os preços e não deixar as camponesas e os camponeses reféns dos intermediários.
Com o trabalho da Mulher Rural valorizado, com a regulação dos preços, com circuitos de distribuição eficazes, com vias de acesso em condições, o que fica por fazer no Mundo Rural tem a ver com a fileira produtiva.
O Executivo presta um serviço inestimável às comunidades do Mundo Rural, aos agricultores que investiram nas fazendas de alta produção, se avançar imediatamente com a Industrialização.
A Mulher Angolana vai estar na primeira linha e fica cada vez mais valorizada. Sem ela nada feito. O progresso social e económico só tem sucesso no feminino! Se essa porta for aberta para a entrada do progresso nas áreas mais deprimidas economicamente e onde a desertificação humana é preocupante, a Mulher Angolana vai mostrar, mais uma vez, a sua importância na sociedade.
As comunidades do interior do país precisam cada vez mais que funcione a fileira dos produtos hortícolas, das frutas e dos cereais.
A Mulher Angolana é indispensável para o sucesso dos projectos. Angola cresce no feminino! As cooperativas, associações de camponeses e agricultores são chamadas a apoiar a criação de pequenas e médias unidades agroindustriais onde os produtos do campo ganham valor acrescentado.
Este mundo cooperativo está povoado de mulheres trabalhadoras e abnegadas. Produzem riqueza, “nascem” os filhos, educam-nos e são o pilar mais forte das famílias.
Os produtores de mandioca têm as suas colheitas valorizadas pelas moagens que fazem a fuba e pelos circuitos próprios de distribuição. Pequenas indústrias conserveiras dão valor acrescentado a frutas e hortícolas.
Unidade de transformação e linhas de enchimento de sumos podem criar riqueza local e regional com marcas próprias. Sem a Mulher Angolana nada é possível.
A diversificação da economia está em marcha, mas o processo é demorado e exige cuidados especiais. Durante décadas, a agressão armada estrangeira marcou o ritmo e a vida económica nacional.
A indústria não petrolífera perdeu expressão, a agricultura ficou reduzida à mais ínfima expressão e os serviços foram adequados aos esforços de guerra.
A defesa da integridade territorial e da soberania nacional teve elevados custos sociais, económicos e sobretudo humanos.
As três décadas de guerra após a Independência Nacional vão marcar os próximos 100 anos das nossas vidas. Sem a Mulher Angolana nada seria possível, nada é possível.
Os retrocessos e fracassos que verificamos na economia devem-se à pouca intervenção da Mulher Angolana. Lá onde as mulheres foram marginalizadas, tudo se perdeu.
O triunfo do Povo Angolano na Guerra pela Soberania Nacional e a Integridade Territorial mudou Angola, a Região Austral, o Continente Africano e o Mundo.
Essa vitória só foi possível porque a Mulher Angolana garantiu a retaguarda, E não poucas vezes esteve na linha da frente.
A reconstrução nacional exige tempo, dedicação, avultados investimentos e sobretudo a mobilização geral dos angolanos. A conquista da Independência Nacional só foi possível com a resistência popular generalizada.
A defesa da soberania nacional, a guerra contra os invasores estrangeiros, teve custos tão elevados que não há máquinas nem sábios dos números que quantifiquem o valor final.
A Mulher Angolana está na base ou no centro de todos os triunfos. Na frente da produção. Como esteio das famílias. Devemos tudo à Mulher Angolana.
A diversificação da economia é indispensável. Está em marcha e os resultados começam a surgir. Basta olhar para os números. Mas Angola dispensa uma industrialização a qualquer preço.
Se até agora vivemos praticamente sem indústria, não é agora que vamos abrir as portas a unidades altamente poluentes que as multinacionais e as grandes potências tanto gostam de despachar para os países pobres, nomeadamente para África. Entreguem o processo às nossas mulheres e o sucesso está garantido.
Angola tem hoje condições muito atractivas para a captação de investimento estrangeiro. Um país que ainda hoje mostra as feridas da guerra, que tem grandes problemas sociais causados pela desertificação humana do interior do país e a concentração desmesurada de populações nos grandes centros urbanos do litoral como Luanda, precisa de grandes investimentos que permitam o equilíbrio demográfico e o desenvolvimento do Mundo Rural. Sem a mobilização da Mulher Angolana estamos condenados ao fracasso.
Os grandes centros urbanos do litoral têm sido privilegiados. Mas chegou a hora do Mundo Rural. A par dos investimentos na agricultura familiar, nos vários projectos de combate à pobreza, é necessário criar nas províncias zonas industriais infraestruturadas e bolsas de terrenos agrícolas que permitam o desenvolvimento da agro-indústria, onde hoje prevalece uma economia de subsistência, que cria pouca riqueza e pouco emprego.
A Mulher Angolana sabe a resposta. Conhece as soluções. A premência da diversificação económica é evidente. Mas a pressa é inimiga da perfeição.
E Angola tem todas as condições para diversificar a economia sem pôr em causa o Ambiente e a harmonia entre todos os ecossistemas. Se é preciso empreender, investir e produzir, que tudo seja feito da melhor forma possível.
O ordenamento do território deve estar sempre na primeira linha. A Mulher Angolana ama a terra. Tem uma relação maternal com ela. Em boa hora a pasta do Ambiente foi entregue a uma mulher com elevada formação técnica e académica. Esse é o caminho.
A exploração equilibrada dos recursos é a garantia de um futuro viável e do respeito pela vida humana. O Papa Francisco avisou os políticos de todo o mundo para uma verdade insofismável: Os números não podem ignorar a vida humana e as pessoas não são descartáveis.
Nada justifica o sacrifício da dignidade de um ser humano e muito menos se aceita que em nome da produção de riqueza, o quotidiano das pessoas seja infernizado com todos os “venenos” da industrialização descontrolada. Chamem as Mulheres que elas são a vida. Respeitam a vida. Geram a vida.
O Estado Social tem padrões que não podem ser hipotecados aos interesses da economia. Primeiro as pessoas, porque só elas justificam as actividades económicas que garantem o bem-estar e o progresso.
As Mulheres sabem como pôr os seus filhos sempre em primeiro lugar, Este é o caminho certo e seguro para construirmos um país onde é bom viver.
O progresso social é económico no feminino.A sociedade castrense as forças de segurança conhecem o valor da Mulher nas suas estruturas. Angola é nome de Mulher. Sem as nossas Mamãs nada é definitivo.
Por: ALBERTO KIZUA