O mundo está cheio de pessoas iguais. O mundo está cheio de gentes e moços que são meramente máquinas de imitação e objectos do que é actual.
De pessoas que ouvem as mesmas músicas, comem as mesmas comidas, vestem as mesmas roupas e contam as mesmas piadas o mundo está bem repleto.
O contraste está a cada dia nos deixando e partindo rumo a uma terra distante. Somos tão autónomos e iguais que quase que em cada instante se vem desaparecendo entre nós até mesmo aquilo que durante anos considerávamos ser o padrão para distinguir os homens das mulheres.
O que aconteceu com nosso cérebro e cabeça? Reduzimo-nos tanto ao ponto de até mesmo os animais mais pequeninos se tornarem muito mais criativos do que nós? Cadê a inovação? Não são poucas as vezes em que as nossas escolhas de comida, roupa, amigos ou até mesmo formação e profissão são tanto pautadas como determinadas pelo padrão da maioria.
Por que razão os grupos e as conjunturas estão determinando tanto assim os nossos posicionamentos, e para piorar, os nossos pensamentos? Será que passámos todos a crer tanto assim no teorema da evolução que passámos simplesmente a ser incapazes de não passar de meros macacos de imitação? Quem você é? O Homem de uma espécie rara e especial? Um ente criativo e activo? Autor de de uma narrativa sem igual? Uma personagem principal de uma sublime história? Ou um simples animal cuja experiência evolutiva lhe acresceu uma nova habilidade (o da razão), o que o tornou simplesmente animal de uma raça diferente? Considere que ainda nos resta um vasto mundo a ser descoberto.
Consinta que de facto “temos muito a aprender e muito mais a desaprender” [Ellen White]. Nossos sonhos, nosso mundo, nós mesmos e tudo o quanto poderia existir está entregue ao opróbrio por nossos caprichos e ociosidade.
Porque é que, sendo tão capazes de fazer diferente e tendo mente para fazer escolhas tão positivas, optamos quase sempre por aquilo que simplesmente dá prazer momentâneo e não pelo que constrói? Precisamos saber quem somos.
Precisamos saber o que queremos. Madre Teresa dizia que precisamos “ser nós mesmos o padrão de mudança que almejamos ver no mundo.”
Precisamos reflectir se queremos um mundo tão comum e igual, ou um que começa por uma janela que seremos nós mesmos a edificar? Optaremos pela mudança que começa em nosso eu e arcar pela luta de fazer o que ninguém faz, ir aonde ninguém vai? “A maior necessidade do mundo é a de homens — homens que se não comprem nem se vendam; homens que no íntimo da alma sejam verdadeiros e honestos; homens que não temam chamar o pecado [o errado] pelo seu nome exacto; homens cuja consciência seja tão fiel ao dever como a bússola o é ao pólo; homens que permaneçam firmes pelo que é recto, ainda que caiam os céus.” — Ellen White – Educação, pág 58 Precisamos fazer diferente.
Por: Sampaio Herculano
Finalista em História pela Faculdade de Ciências Sociais da UAN