Com a chegada dos treinadores portugueses ao Brasileirão, o futebol canarinho tem a chance de “sair do sufoco” e “retomar a posse de bola” no cenário mundial.
No dia em que Abel Ferreira aterrissou em São Paulo para se tornar tecnico do Palmeiras, ele nunca havia estado no Brasil.
Seguia as pisadas de um outro técnico português, Jorge Jesus, que pouco tempo antes havia operado milagres no Rio de Janeiro.
Desde então, os treinadores de futebol portugueses viraram moda no Brasil, e hoje, nas vésperas de a CBF escolher o novo tecnico da seleção canarinha, os nomes Abel e Jesus constam entre os mais badalados para a cadeira de sonho da CBF.
Os numeros falam por si: atualmente apenas a liga portuguesa tem mais portugueses que o futebol brasileiro.
Abel Ferreira à cabeça na defesa do título palmeirense do Brasileirão; repetentes, Vítor Pereira (Flamengo), Luís Castro (Botafogo) e António Oliveira (Coritiba) que, este ano têm a companhia de Pedro Caixinha (Red Bull Brigantino) Renato Paiva (Bahia) e Ivo Vieira (Cuiabá).
Mas nem sempre foi assim. Aliás, na verdade, antes as coisas eram naturalmemnte ao contrário.
Eram os técnicos brasileiros a fazer sucesso em Portugal e na Europa ocupando eles as cadeiras de sonho do velho mundo.
Vale recordar que, em quase meio século, dois terços dos escassos sucessos da seleção das quinas em grandes tormeios internacionais se devem a brasileiros: Otto Glória (1966) e Filipão Scolari (2004) Depois tudo mudou.
Hoje o lugar do futebol brasileiro no terreiro das nações empobreceu. No campo esportivo, mas principalmente a nivel econômico.
O Brasil não ganha a copa do mundo faz 21 anos e nesse tempo tudo mudou.
Agora, a forma de monetizar o show bizz futebol é totalmemte diferente.
Comprar ingresso e gritar “goool” na arena no time do coração não é mais o “ó do borogodó”.
Hoje, o negócio gira em torno da consistência de ecossistemas globais onde “clube” e “time” estão longe de conseguir sobreviver sozinhos.
O Brasil tardou em compreender essa necessidade de organização e perdeu o bonde da história.
As transmissões televisivas, atualmente geridas de forma super profissional, por entidades supraclubísticas como são por exemplo as ligas profissionais europeias conferem ao futebol as características de uma industria platetária ao nível de hollywood.
O Brasil perdeu esse bonde por lacunas internas de organização mas também por falta de percepção da mudança dos seus dirigentes.
Essa lacuna histórica drenou seus talentos mais jovens, que imigram para a Euopa ainda adolescentes; empobreceu seus campeonatos e retirou o Brasil das grandes vitórias mundiais.
Por isso a chegada dos treinadores portugueses é uma esperança para o futebol brasileiro. Por que eles têm a qualidade necessária para entender o futebol moderno de que o Brasil precisa, e aceitam receber os salários que o Brasil pode pagar.
A esperança é que, com o apoio desses profissionais, o futebol brasileiro possa novamente “brilhar” e conquistar títulos importantes, provando que ainda tem “muita bola para rolar” no país do futebol.
Por: JOSÉ MANUEL DIOGO