Alguns porta-vozes podem naturalmente se destacar em todas as formas de comunicação de crise, tanto na mídia tradicional, mídias sociais, comunicação interna, etc.
Outros podem ser mais limitados. O facto é que alguns executivos são líderes organizacionais brilhantes, mas não são muito efectivos na comunicação pessoal.
A decisão sobre quem deve falar a imprensa é feita após o desencadear de determinada situação anormal, mas o conjunto dos potenciais porta-vozes deve ser identificado e treinado com antecedência, não bastando apenas ter sido um bom jornalista.
Os resultados desportivos e as performances dentro do campo podem ser tão impulsionadores de uma crise como uma situação crítica, a relação com a imprensa numa conferência ou em uma simples recolha de imagens de uma sessão de treinos da selecção nacional.
Os porta-vozes não necessitam apenas da comunicação pela mídia, mas para todos os tipos e formas de comunicação, interna e externa.
O treinamento de porta-voz (Media Training) ensina o profissional a ser preparado, para estar pronto para responder de uma forma que optimiza a resposta de todos as situações da organização desportiva.
Apesar de os adeptos ou jornalistas, contrariamente com o que acontece noutras indústrias, não alterarem, com tudo o que possa acontecer, as suas preferências clubísticas, é necessário que a organização desportiva proteja a sua reputação, a sua credibilidade e os seus produtos em caso de crise, não defraudando os seus parceiros e tendo como meta resultados desportivos positivos.
É essencial que o porta-voz respeite o trabalho dos jornalistas, para que possa receber a retribuição do reconhecimento do seu profissionalismo e, desta forma, promover e valorizar a imagem da organização.
O estranho de tudo isto, é que em Angola, a maioria dos porta-vozes que são antigos jornalistas, transformaram-se hoje nos “algozes” dos seus antigos colegas de profissão.
Por: Luís Caetano