A palavra violência pode ser utilizada quando alguém pratica uma agressão física ou verbal a terceiros, ou quando alguém sofre os efeitos dessa agressão por parte desses terceiros.
A violência no desporto está bem patente na necessidade de se ganhar a qualquer preço, de tudo fazer para vencer, se preciso arriscando a saúde, e por vezes a própria vida.
A violência parece ser um problema sem fim no desporto angolano. Nas bancadas e fora delas, muitos adeptos são responsáveis por verdadeiras cenas de batalhas medievais e dentro dos campos os jogadores não fogem à esta realidade.
As imagens que circularam nas redes sociais recente e supostamente captadas nos balneários do Estádio de Ombaka, em Benguela, são um exemplo concreto desta intolerância e violência desportiva que a sociedade deve condenar e combater.
Infelizmente, o futebol está cheio de violência verbal e expressões de ódio. Desde pais a adeptos, passando por jogadores, treinadores a dirigentes.
Não há contenção verbal no campo, nas bancadas e tão à maneira moderna nas televisões, rádios e nas redes sociais. As causas são muitas, desde logo porque o desporto, nomeadamente o futebol, é paixão. Sendo paixão, muitas vezes provoca alterações e desperta reacções terríveis nas pessoas.
Acredito que há falta de cultura desportiva e de desportivismo em Angola. É só olhar para a violência verbal, trocada nas redes sociais, entre adeptos de clubes da nossa praça por motivos banais, desde a convocação ou não de um determinado jogador para a Selecção Nacional, até à construção de uma infraestrutura desportiva por parte de um outro clube.
Constato quase diariamente que as pessoas são incapazes de separar as emoções do racional e pensam muito pelo clube por que torcem, levando à falta de fairplay, resvalando posteriormente para insultos pessoais que não fazem sentido nenhum.
Por isso, defendemos e divulgamos sempre o ideal olímpico de Pierre de Coubertin, “O importante não é vencer, mas competir. E com dignidade.”
Por: LUÍS CAETANO