Manuela partiu de Luanda com destino a Quibala, um pedaço do seu passado, onde as suas raízes a chamavam. Estava decidida a reunir as mulheres da aldeia para falar de uma visão: um futuro em que o produto nacional seria a escolha de cada angolano, uma decisão que fortaleceria a economia, trazendo prosperidade ao povo.
Ao chegar, foi recebida com abraços e risos, e rapidamente se encontrou no meio de uma roda de conversas. Manuela começou, olhando nos olhos de cada um, contando sobre a importância do selo nacional.
Explicou que o país tinha potencial para não depender tanto dos produtos importados, mas que, para isso, cada angolano teria que dar o primeiro passo.
As mulheres ouviam com atenção, algumas acenavam em concordância, enquanto outras mostravam-se preocupadas com os preços. “Compreendo, meus irmãos,” dizia ela. “Mas pensem: ao comprar o que é nosso, estamos a investir nos nossos filhos, no futuro que queremos para Angola.
Só assim criamos empregos, fortalecemos o comércio e baixamos o custo de vida a longo prazo.” Manuela recordava-se das dificuldades de logística e dos preços altos que muitas vezes afastavam as pessoas dos produtos locais.
“Nós estamos habituados a enfrentar a dureza da terra, mas a economia também precisa da nossa força,” continuou.
Falou-lhes dos planos para melhorar as estradas, de tornar mais fácil e menos dispendioso o transporte dos produtos, do apoio necessário para que os produtos angolanos chegassem a todo o lado.
“Cada produto com o selo nacional é uma promessa de esperança, de trabalho e de futuro,” repetia, convencida de que plantava uma semente.
As mulheres discutiram o impacto disso nas suas vidas e na vida da aldeia. Manuela lembrou-as que a mudança não seria imediata, mas que o poder da escolha de cada um – por menor que parecesse – era o primeiro passo para algo maior.
Afinal, não era apenas sobre comprar o produto mais barato, mas sim sobre investir no futuro. E naquela tarde, sob o sol de Quibala, ficou claro que a verdadeira riqueza de Angola estava nas mãos do seu próprio povo.
Manuela voltou para Luanda, levando consigo a força das palavras e a certeza de que, juntas, aquelas vozes podiam transformar o amanhã.
Por: RIBAPTISTA