A exaustão é inegável diante dos excessos. A correria, vista em diversas esferas, precisa de encontrar o seu freio, sob pena de se verificar desgastes, frustrações e outros males, portanto.
Esta é a razão por que se fala em equilíbrio como o meio-termo entre o “Tempo para nascer e tempo para morrer; Tempo para plantar e tempo para arrancar o que se plantou;
Tempo para matar e tempo para curar; Tempo para derrubar e tempo para construir; Tempo para chorar e tempo para rir; Tempo para lamentar e tempo para dançar;
Tempo para atirar pedras e tempo para juntar pedras; Tempo para abraçar e tempo para evitar os abraços; Tempo para procurar e tempo para dar por perdido;
Tempo para guardar e tempo para deitar fora; Tempo para rasgar e tempo para costurar; Tempo para estar calado e tempo para falar; Tempo para amar e tempo para odiar ”( Eclesiastes 3:2-8).
Como mostra a Bíblia, a olhar para o texto supracitado, “há tempo para tudo” e, certamente, colocar isso em prática se traduz no ponto de equilíbrio.
Sim! É necessário falar, mas há, igualmente necessidade de nos calar, quando convier. Aliás, o calar nos permite escutar e escutar é essencial nas conversas, nos diálogos, debates e reflexões.
Não é à toa que, enquanto amantes das línguas, a Portuguesa, em particular, tenhamos vindo a entender um competente comunicativo como aquele que tem a capacidade de se elevar, por assim dizer, sendo capaz de usar a linguagem técnico-científica da área e com pessoas “esclarecidas” e, ao mesmo tempo, ser capaz de se rebaixar, por assim dizer, ao mais “simples”, aos que não têm domínio da referida língua.
O ponto de equilíbrio é exactamente o adequar a linguagem em relação ao interlocutor. Numa outra perspectiva, há necessidade de trabalharmos para suprir as nossas necessidades. Uns, por exemplo, têm uma rotina de tirar o fôlego.
A correria do trabalho, às vezes, já é dos deuses e, para piorar, mais o garimpo para equilibrar as contas, acaba, obviamente, por esgotar a pessoa, de tal maneira que, quer queiramos, quer não, afecta negativamente outras esferas da sua vida como o seu tempo de descanso, o tempo com a sua família, o seu tempo de lazer e outros. Novamente, há necessidade de um ponto de equilíbrio. O equilíbrio move o mundo nas suas distintas áreas.
A noite e o dia, o calor e o frio, a agitação e a calmaria, enfim. Tudo se resume num equilíbrio distributivo. Como disse certa vez o professor Elavoko, precisamos de abraçar o equilíbrio necessário para atingir o topo, sem nos afogarmos nas críticas, e sem relaxarmos pelos elogios.
Estar focados no desempenho, e não nos resultados, de tal modo que, quando se consegue, não nos enchamos de orgulho, e quando falhamos, não nos frustremos.
Derrotas e victórias são/ deviam ser, apenas, resultados e não as maiores motivações. Por isso, não fazem muita diferença o sim e o não. O sucesso e o insucesso.
É sempre mais importante o quanto nos empenhamos, do que o quanto ganhamos; Mais importante o que fazemos do que recebemos; Mais importante o quanto lutamos do que o resultado dessa luta; Não somos melhores nem piores que ninguém. Não estamos em cima nem abaixo de ninguém.
( Professor Elavoko, via Facebook, 25/09/2021). Quanto mais cedo entendermos que viver é passar por essas fases todas do equilíbrio, melhor será a nossa saúde mental, lidando da melhor maneira possível com as tempestades da vida.
Assim, que nos lembramos sempre destes dois lados da mesma moeda, do fazer e não fazer, do poder e não poder, do querer e não querer, do avanço e retrocesso, do conseguir e não conseguir, mas, em todo caso, lá estaremos nós, sim— todos nós—, como sujeitos em tudo, percebendo o equilíbrio e sendo, cada vez mais, fortificados pela dualidade que nos acompanha nesta empreitada terrena. Pegou ou não pegou? Em todo caso, equilíbrio!
Por: PEDRO JUSTINO “CABALMENTE”*
*Professor e Académico –Talvez Sociolinguista