Neste palco, já defendi por algumas ocasiões a necessidade de uma gestão privada das principais infra-estruturas desportivas do país, como os estádios e os pavilhões.
Não vale a pena continuarmos a insistir num modelo de gestão que vai continuar a abocanhar muito dinheiro dos cofres do Estado, que naturalmente tem outras prioridades do sector social para atender.
Recentemente, o Estádio 11 de Novembro, em Luanda, beneficiou de obras paliativas para acolher os jogos da Super Liga Africana, onde o Petro foi o nosso embaixador.
Os trabalhos incidiram-se na recuperação da relva, assentos, balneários, elevadores, camarotes, assim como o placar electrónico e o sistema de vídeo-vigilância, orçados em cerca de Mil Milhões de Kwanzas.
Se no interior do Estádio as melhorias são evidentes, já não se pode dizer o mesmo do exterior onde impera a falta de iluminação e um matagal que deverá estar infestado de répteis e roedores, contribuindo para a insegurança no local.
A minha maior indignação recai para o capim que cobre todo o recinto que está à volta da imponente infra-estrutura desportiva, a maior construída em Angola após a independência nacional.
A Direcção do estádio não tem dinheiro para contratar uma empresa que possa limpar o perímetro? Os clubes que utilizam o estádio regularmente, pagam pela sua utilização, e por isso devem ser beneficiados com as melhores condições possíveis no recinto.
Como é possível autorizar e programar-se um jogo noturno com a falta de iluminação e até de segurança no exterior do estádio? No último jogo do Petro, na fase de grupos da liga dos clubes campeões africanos, milhares de adeptos tricolores acorreram ao estádio para testemunhar o embate decisivo que garantiu o primeiro lugar do grupo ao campeão angolano.
A Direcção do Petro, num gesto louvável, criou uma série de condições para acolher os seus adeptos, incluindo serviços de transporte públicos para aquela zona da cidade capital.
Depois da vitória do Petro e dos festejos no interior do estádio, aos adeptos tricolores estavam reservados momentos de pânico e insegurança pela assustadora penumbra, devido à falta de iluminação adequada na zona exterior do 11 de Novembro.
Por isso volto a insistir na necessidade da passagem urgente da gestão do estádio 11 de Novembro e dos outros construídos por altura do CAN 2010 para entes privados.
Não é admissível que com tantos compromissos sociais que o Estado tem na construção de escolas, hospitais, linhas de transporte, de energia, condutas de água, estradas e pontes, etc, se continue a gastar milhares de dólares com infra-estruturas que durante todos estes anos tiveram uma gestão danosa.
Por: LUÍS CAETANO