O insucesso de Bruno Fernando e a consequente dispensa dos Toronto Raptors não devem ser vistos como um reflexo do seu talento individual, mas sim como parte das dificuldades estruturais e culturais que muitos jogadores africanos enfrentam na NBA.
No entanto, a sua trajectória também destaca a importância da procura de novas oportunidades em outras ligas de alto nível, como a Euroleague, onde poderá continuar a evoluir e a procurar o seu espaço no basquetebol de elite.
A história de Bruno Fernando é um alerta de que o caminho para o sucesso na NBA é complexo e desafiador, mas também oferece a possibilidade de crescimento e adaptação em outras ligas de grande prestígio.
A persistência e a capacidade de se reinventar serão cruciais para que o atleta e outros jogadores angolanos possam alcançar o sucesso desejado no futuro.
Bruno Fernando foi dispensado após uma temporada em que teve médias baixas para as exigências da NBA, como 3,4 pontos, 3,0 ressaltos e 1,1 assistências por jogo, em 17 partidas.
Apesar de ser um jogador com grande potencial físico e atlético, o desempenho abaixo das expectativas e o contrato não garantido revelam as barreiras que ainda existem para jogadores africanos em consolidar de forma consistente as suas posições na NBA.
Embora tenha mostrado habilidades excepcionais a jogar pelos Raptors, os números de Bruno Fernando indicam que não conseguiu impor-se de maneira significativa.
A média de 8,6 minutos por jogo em uma prova tão exigente como a NBA não é suficiente para ganhar a confiança do treinador e garantir um lugar fixo na rotação da equipa.
Os números estatísticos de 3,4 pontos e 3,0 ressaltos são modestos, especialmente para um jogador da sua posição , onde a presença física e as contribuições na área restrita são cruciais.
Embora a falta de tempo de jogo também tenha sido um factor inibidor, os Raptors não puderam contar com Bruno Fernando de forma consistente em grande parte dos seus jogos durante a temporada.
A NBA exige uma adaptação táctica muito rápida, com um ritmo de jogo extremamente alto e exigente.
Jogadores de países africanos, muitas vezes, enfrentam dificuldades em se adaptar ao estilo físico e técnico da prova, que é diferente do basquetebol praticado nas suas ligas nacionais ou até mesmo em outras competições internacionais.
O choque cultural e psicológico também é uma realidade para muitos jogadores que vêm de contextos diferentes e têm que se adaptar à pressão e à competitividade da NBA.
A experiência de jogadores que actuaram em competições internacionais, como o Eurobasket ou os torneios da FIBA, pode ser muito diferente da vivência na NBA, o que aumenta a dificuldade de adaptação.
Entretanto, nem tudo está perdido para Bruno Fernando, após a dispensa dos Raptors, estando livre no mercado, muito se especula sobre o seu futuro.
O Fenerbahçe Beko, da Turquia, pode ser a próxima paragem do craque angolano, onde, segundo fontes, um pré-acordo já teria sido estabelecido.
Essa possibilidade de jogar em uma liga europeia pode ser uma excelente oportunidade para Bruno Fernando, onde poderá ganhar mais minutos de jogo, refinar a sua técnica individual e adquirir mais experiência competitiva e assim ajudar a nossa Selecção Nacional a resgatar a hegemonia perdida no basquetebol masculino em África.
Por: Luís Caetano