O futebol mudou para melhor. Na década de 1980, artistas como Alves, Jesus, Lufemba e outros craques eram atacados por “especialistas” em fazer faltas, enviados para os travar, como Santo António, Dongala, Salviano ou o Toni do Mambrôa.
Nessa época, os fins justificavam todos os meios. Hoje em dia, as entradas mais duras são fortemente penalizadas, e esse tipo de faltas praticamente desapareceu. A FIFA e seus associados concordaram com uma abordagem mais rigorosa num processo transparente.
Os jogadores devem agora fazer jogo limpo, e as faltas são vistas como um último recurso. Hoje em dia, o fim é justificado pelos meios. São outros tempos. Exalto neste texto a classe de três integrantes da equipa nacional, os Palancas Negras, que alcançaram a qualificação para o CAN de Marrocos. Gaspar Kialonda, David Carmo e Bastos Quissanga, os esteios da Defesa de Angola.
Sem desmerecer a qualidade e importância dos outros jogadores de Angola, como Gelson Dala, Milson, Zito, Mabululu, Zini e Fredy, destaco este tridente como a “barra estabilizadora” dos Palancas Negras. Há muitos anos que Angola não contava com jogadores tão assertivos na defesa.
O sector defensivo de uma equipa de futebol é uma das principais preocupações dos treinadores, pois é sabido que é a partir de uma boa defesa que se faz um bom ataque e se conquistam títulos.
Para montar uma equipa forte e competitiva, é necessário que o onze base escolhido pelo treinador tenha uma defesa sólida, um meio campo criativo e um ataque letal e eficaz.
No que diz respeito à defesa, o treinador deve dar especial atenção às características do jogador, o esquema táctico, a defesa em linha, os lances de bola parada e os contra-ataques. Gaspar, Carmo e Bastos mostraram, durante a campanha de apuramento, ser atletas fortes na marcação, nos desarmes, no toque de bola, lançamentos, cabeceamentos, cobertura dos companheiros que descem ao ataque, pois, numa situação de ataque, o sector defensivo deve continuar alerta e o esquema montado pelo treinador não deve ser alterado. Reagiram sempre muito bem no contra-ataque do adversário, evitando assim que a equipa fosse surpreendida.
A solidez defensiva foi determinante para que o combinado nacional terminasse a fase de grupos sem derrotas, demonstrando consistência e o alcance da maior pontuação de sempre numa fase de qualificação. Parabéns, Palancas Negras!
Por: Luís Caetano