Nasceu algures no Cuanza-Norte, cresceu em Malanje, tem residência em Luanda. A Ngonguita é a Vivi, entre nós, seus mais próximos, a Etelvina Diogo no oficialato, uma mulher de literatura, uma poetisa nata.
Ela está em ascensão, é muito proactiva, faz gozar, dá gosto ler e ouvir as suas poesias, a intensidade de seus versos, a veracidade nas estrofes, a grandeza na mensagem, próprias de uma mulher guerreira cheia de talento e potencial.
Com orgulho, responsabilidade, empenho e determinação, arregaçou as mangas, não quer deixar ”morrer” a poesia no feminino, esforça-se muito, batalha que se farta, é uma verdadeira herdeira do legado da Rainha Njinga Mbandi.
Somos amigos de longa data, conheci-a faz tempo, no nosso Malanje de antigamente, bom convívio na adolescência, sentadas de faz de conta, recitais de poesia em noites de luar, nas fogueiras de pioneiros.
A sua mente é um turbilhão de ideias, não pára de criar, de crescer, a sua veia literária está em constante movimento, descreve de, e com verdade o quotidiano, as vivências do dia-a-dia, exprime sentimentos profundos da alma.
A Ngonguita é na actualidade uma das maiores poetisas angolanas, é expressão viva de resiliência e afirmação no mundo das letras, apesar de nem sempre receber o carinho e o apoio que bem merece.
A sua história não é fácil, não se conta numa crónica, tem curvas e contra-curvas, momentos altos e baixos, alegrias e tristezas, problemas de saúde à mistura, um cocktail de tirar o sono, mas, ainda assim, não desiste, vai à luta, faça sol ou chuva.
Faz poucos dias, partilhou comigo a capa do seu próximo rebento literário, uma agradável surpresa, prova de vida, atestado de competência, sinal de que “está a aguentar o barco”, a sua boa fé, a sua força de vontade estão de pé, de pedra e cal, nunca perdeu a esperança.
Por: JOÃO ROSA SANTOS