Sejamos francos: seja consciente, ou inconscientemente, todos já chegamos de contar uma mentirinhazinha. A mentira é um parente próximo de todas as pessoas ao ponto de que, tanto ricos e pobres, grandes e pequenos, enfim, todos já experimentamos “o sabor deste banquete.”
Segundo Leandro Karnal (historiador brasileiro), mentir é um acto que para além de ser usual, é efectivamente essencial para a nossa sobrevivência. Mentir sem dúvida uma acção verdadeiramente muito popular.
Ela pode estar presente em narrativas, lendas, aparece em filmes, ouvida em músicas, praticada no dia-a-dia no quadro da nossa socialização.
Mentir implica “trazer como verdadeiro qualquer coisa que não condiz com a realidade.” A mentira não diz simplesmente respeito aos aspectos verbais, isto considerando que os nossos gestos, atitudes e até mesmo as nossas expressões faciais, podem facilmente tornar-se potenciais canais de mentira.
Segundo a universidade de Califórnia, dos EUA e o detector de mentira Palmeira Mello, nós começamos a mentir e a enganar os outros já desde os seis meses de idade. Em seu turno, a revista NEURON esboça que “o comportamento enganador em nós seres humanos, se forma já desde criança, fruto da nossa incapacidade de implementar controlo comportamental quando tentados a mentir.”
Diante disso, fica claro que mentir chega a ser uma acção tão natural e regular do homem que nem precisamos de ter o nosso córtex frontal perfeitamente desenvolvido para nela nos refugiarmos.
A Universidade de Boston vai muito mais adiante ao afirmar que dizer mentira (sobretudo na fase infantil), “faz parte do nosso processo de aprendizagem.”
É certo que mentimos por tudo: os nossos medos, alegria, vontades e dissabores, são ao mesmo tempo estímulos para mentirmos como armas em que nos baseamos para justificar nossos enganos. Por outro lado, estamos certo que vivemos em um mundo tão assombrosamente assustador e maquiavélico que é-nos difícil acreditar na possibilidade de ainda vivermos caso deixarmos de mentir por qualquer razão que seja.
Recentemente, foram feitos estudos científicos para determinar que impactos a mentira pode ocasionar a saúde. Afinal, mentir pode fazer bem a nossa saúde? Nesta senda, foi realizado um estudo pela Universidade de Noustradame, em Endiana, supervisionado pela psicóloga Anita Quell, que por sua vez revelou que cada vez que mentimos, há um aumento do nosso nível de stress.
Fora disso , a nossa glândula renal secreta hormônios, e níveis altos de adrenalina, o coração acelera, e a pressão sanguínea sobe. Estas acções quando frequentes, ocasionam estímulos de alerta, sobrecarregam o organismo, desencadeando hipertensão, paralisias cardíacas e várias formas de stress.
O stress, como é sabido, afecta evidentemente o sistema imunológico, induz respostas inflamatórias, altera a funcionalidade de certas células e sistemas corporais.
Fruto disso, a Anita Quell (psicóloga), demonstrou que “deixar de contar pelo menos 3 mentiras por semana ajuda a evitar sintomas físicos e psíquicos relacionados ao stress.”
Nesta senda, fica óbvio que quanto menor for o número de mentiras que proferirmos em nossa existência, melhor será a nossas qualidade de vida e o desempenho do nosso organismo.
Ora, mentir faz assim tão!? Enfim, deixemos de uma vez a mentira, não importando o quanto ainda nela estejamos confinados. Evitemos toda a disposição para mentira, pois que “se você tem algo a dizer, o silêncio [igualmente] é uma mentira” (Jordan Berelson, Psicólogo Canadense).
Portanto, faz sentido verdadeiramente acreditar que, como dizem por aí, “a Honestidade [e a verdade] é o melhor remédio” (Antete Guimarães, Neurocientista brasileira).
Por: SAMPAIO HERCULANO
Finalista em História pela UAN na Faculdade de Ciências Sociais