Hoje por hoje, acreditar no amanhã é apregoar o vazio do p’ovo que entre os caminhos circulam cheio de distracção. Faz-me recordar o viver doloroso da minha infância na ilha de Luanda!… Caem as lágrimas, incham-se o joelho entre os tendões de uma pátria redimensionada.
Mas ninguém esconde a dor, é como se ficasse num quarto fechado e ver o escuro em chama. Sim, ver o escuro em chama, mas hoje, chama o vazio, chama a atenção, chama o amanhã, chama sozinho entre os cantos apanhados.
Ninguém vai sentir se não ficar consigo mesmo, se não sentir o que é ficar com o colo na mão entre as lágrimas superficiais movidas no seu mar vermelho.
Clamo porque sinto na pele como criança, jovem, velho ou idoso ao ver as minhas chamas queimadas e esquecidas na medida que vejo os pratos vazios numa escala que ninguém sabe se sobe ou desce.
Subo em mim mesmo, com tantas quedas de Kalandulas para me ver no topo, enraizado com o andamento das soluções daquele p’ovo da Humpata.
Fico com os pés nus, a olhar a pátria que habita em mim, lá, bem no fundo com os poços a nadar, a remar de navalha.
Não acredito!… Tomar tudo remete-nos à cegueira, não se percebe, não se entende, não se admite e, sobretudo, aqui, não se vive! Tal como as crianças dizem << O PASSADO AMARROU EM NÓS O AMANHÃ QUE DEVIAM DESPRENDER>>. Amanhã será tarde demais para pegar o pergaminho e devolvê-las.
A corrida será um sobre todos e todos por ajuste de contas, essas que são disputadas em cada corrida de estafeta.
O dia se fará outro, os outros se farão de noite quando, o pouco tempo restar e fugirem na noite quando o despertar tocar, como quem fugiu na época colonial.
Bons tempos se foram, como é assim chamado. Ficou na mente de quem pensava que viu e viveu tudo. Hoje, não conseguem esquecer o que deixaram para atrás, ficando cada vez mais cegos com a mentalidade de que tudo passou de uma mera ocasião entre ver e viver.
Onde os diálogos com o passado retarda em FAZER CRESCER, e fica difícil levar o esperançar nos jovens daquele subúrbio que dormem com os sonhos na mão, e com a perda de memória que só aceitar partiu desde o surgimento das Lutas de Libertação Nacional…
Por: N’Dom Calumbombo