A literatura é um ramo do conhecimento humano que visa despertar o imaginário colectivo e individual. É possível afirmar que a literatura é, no âmbito do ensino, um processo estável que sustenta habilidades específicas responsáveis pela transformação e construção do imaginário. Isso quer dizer que a literatura como sendo uma arte, também chamada a arte da palavra, usa a linguagem, ideias e sentimentos do mundo que nos cerca.
Usando vivências do cotidiano ou a ficção, assim o escritor deixa fluir sua imaginação e oferece aos amantes da leitura a recriação da realidade. A literatura conduz o leitor ao prazer, toca sua sensibilidade e mexe com seu mundo imaginário.
Através da literatura, seja ela romântica ou não, convida-se o leitor a uma viagem pelo mundo fictício, um mundo que está além de nossa imaginação e de nossos sonhos, muito longe de tudo o que podemos sentir, tocar, aspirar e almejar.
Enfim, literatura é muito mais do que qualquer conceito abstrato, qualquer definição centrada numa particularidade humana e muito mais do que qualquer materialidade absurda. Em outros termos, literatura está muito além de tudo o que a materialidade, sujeita ao homem, pode definir.
Como sendo uma arte, e utilizando-se das palavras, como matéria-prima, a literatura almeja sempre em novos contextos, novos sentidos e percepções diante os olhos e olhares humanos.
Sendo os homens seus leitores assíduos ou não, a contextualização histórica e social torna a atividade de leitura uma prática reflexiva, vale ressaltar, para aqueles que no íntimo pessoal, conseguem administrar toda uma serenidade, alcançam um discernimento e uma paz interior muito grande.
Enganam-se os leitores amantes que crêem no término da arte da palavra quando se encerra a atividade de leitura de uma obra qualquer ou mesmo que seja uma clássica.
A iteratura vai além das meras páginas de um livro, atinge muito mais o intelecto humano, está entre o conhecimento e a sabedoria, afinal de contas, encaixa-se em meio à apresentação e as considerações finais do próprio autor sobre a obra.
Diga-se de passagem, o horizonte histórico se apaga como as luzes de um palco após o espetáculo. Afirma-se neste momento que a literatura enquanto arte sobrevive a quaisquer condições a ela inserida.
Na formação do homem, a literatura contribui para o desenvolvimento de habilidades que se encontram alojadas no interior de cada ser humano e que, aos poucos, ao longo de nossa caminhada, vão se revelando em forma de atitude, princípios e ações.
A literatura recria a realidade, subvertendo-a, transfigurando-a, revelando o seu avesso, pois imprime ao real um caráter ético e um sabor estético, superando a linguagem usual e refletindo, de modo surpreendente, a imaginação e a criatividade.
Sem literatura corremos o risco de resvalarmos para a mesquinhez dos jargões burocráticos, a farsa do economês que tudo explica e quase nada justifica, a monotonia estéril da linguagem televisiva, a banalidade dos discursos políticos, condenando-nos à visão estreita e à pobreza de espírito despida de qualquer bem-aventurança.
Se uma das funções da literatura é a representação do real, esta representação, no entanto, é feita de um modo especial, uma vez que o real não pode ser plenamente representado em um plano unidimensional por ter uma natureza distinta, pluridimensional. Assim, Barthes diz que “a literatura é utópica, pois permite a criação de novas realidades, conferindo às palavras uma verdadeira heteronímia das coisas.”
Essa heteronímia pode ser melhor entendida quando se pensa que esta linguagem, como já dito anteriormente, é livre para conferir novos significados às palavras. Ela joga com os signos ao invés de reduzi-los a um universo já determinado.
A arte e, portanto, a literatura, é uma transposição do real para o ilusório por meio de uma estilização formal da linguagem, que propõe um tipo arbitrário de ordem para as coisas, os seres, os sentimentos.
“Salvemos a literatura, para que possamos salvar o mundo, da hipocrisia, da ignorância e principalmente da cegues. É necessário enxergarmos além do que alcançam os nossos olhos. Nada és. Tudo depende de quem vê.
Por: Mateus Vunge Thadélcio