Este ano tem sido particularmente brilhante pela intensidade das acções desenvolvidas em prol do desporto e da juventude em Angola. O Ministério da Juventude e Desportos (MINJUD) tem estado na linha da frente na promoção de uma juventude activa e comprometida com o seu futuro.
Convidou todos os angolanos a celebrarem o Dia Nacional do Desporto com uma Caminhada Nacional, lançou o PLANADESPORTO – um projecto ambicioso para o desenvolvimento do Sector – e, nesta semana, celebrou os seus 36 anos de existência.
Que felicidade testemunhar um momento em que a juventude angolana começa a encontrar caminhos concretos para o seu crescimento! Foi com esse espírito entusiástico que decidi, na madrugada de 11 de Fevereiro de 2025, reflectir sobre a juventude angolana e o seu tempo de plantar para o futuro… Há um provérbio angolano que diz: “O tempo de plantar a árvore foi há vinte anos, mas o segundo melhor tempo é agora.” Este pensamento nunca fez tanto sentido para a juventude angolana.
O País enfrenta desafios estruturais como o desemprego e a precariedade no acesso a serviços essenciais, mas há um movimento crescente de jovens que não esperam, que inovam e que constroem.
O Plano de Desenvolvimento Nacional 2023-2027 traça estratégias para a capacitação profissional, o empreendedorismo e o reforço da participação juvenil na transformação do País.
Como Jared Diamond destaca no seu livro Colapso: Como as Sociedades Escolhem o Fracasso ou o Sucesso, as civilizações que prosperam são aquelas que fazem escolhas estratégicas e sustentáveis.
O mesmo princípio aplica-se a Angola: ou investimos de forma inteligente nos jovens, ou perderemos uma geração inteira de A juventude angolana não precisa de esmolas; precisa de ferramentas para crescer e criar.
O País dispõe de sectores estratégicos que podem gerar oportunidades reais: • Tecnologia e Inovação: O crescimento dos hubs tecnológicos e incubadoras de startups mostra que a criatividade dos jovens angolanos pode competir no cenário internacional.
Exemplos como a Tech 21 Angola e a Unitel Go Challenge provam que soluções inovadoras já estão a ser desenvolvidas dentro do País. •Agronegócio e Sustentabilidade: Como Wangari Maathai destaca em A História da Minha Vida, a preservação ambiental e a modernização da agricultura são essenciais para o crescimento de qualquer Nação.
A juventude angolana pode transformar o sector agrícola, promovendo segurança alimentar e exportações sustentáveis. •Economia Criativa e Turismo: Música, arte, moda e gastronomia são indústrias que podem posicionar Angola como um polo cultural e turístico de referência, com impacto directo na empregabilidade juvenil.
Apesar destes avanços, o desemprego juvenil continua elevado, e muitos jovens sentem-se desencorajados pela falta de oportunidades e pela burocracia. Jared Diamond alerta-nos de que as sociedades que ignoram os sinais de alerta e não se adaptam acabam por fracassar. Angola não pode ignorar a urgência deste investimento.
O ano de 2025 já nos mostrou que a juventude angolana está desperta. O engajamento cívico, seja por meio de associações, redes sociais ou iniciativas comunitárias, tem sido essencial para fortalecer a democracia e impulsionar mudanças.
O PLANADESPORTO, por exemplo, não é apenas um projecto de desenvolvimento desportivo, mas uma oportunidade para que milhares de jovens encontrem no desporto um caminho de crescimento, disciplina e sucesso.
O tempo de agir é agora. O governo, o sector privado e a sociedade civil devem unir esforços para criar um ambiente onde os jovens possam prosperar. E, mais do que nunca, a juventude precisa de acreditar no seu próprio poder de mudança. Angola está num momento de escolha: repetir os erros do passado ou aprender com eles e construir um futuro sustentável.
Como nas grandes sociedades analisadas por Jared Diamond, a sobrevivência e o crescimento do País dependerão das decisões que tomarmos hoje. Se há 20 anos não plantámos a árvore, o segundo melhor tempo para plantar é agora.
Que a juventude angolana não espere pela mudança, mas que seja a mudança. O País precisa de sonhadores que se tornem realizadores – e esta geração tem tudo para ser a mais transformadora da nossa história.
Por: Edgar Leandro